Preços do boi sobem em todo o país com maior demanda; Os animais destinados ao mercado chinês ainda são comercializados em um patamar diferenciado, acima da referência média de preço.
Os preços do boi gordo ganharam, nesta semana, um novo patamar de preço nas principais praças de produção e comercialização do Brasil. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, seguem ocorrendo negociações acima da referência média. Diante dessa situação, já foram negociados animais a R$ 290/@, na praça paulista. Veja os detalhes!
Os animais destinados ao mercado chinês ainda são comercializados em um patamar bastante diferenciado, tendo preços de até R$ 8,00 de bonificação. A disputa permanece acirrada visando o atendimento do principal cliente brasileiro em 2020, a China!
As negociações já se voltam para o mês de novembro. O próximo mês é, historicamente, conhecido pela maior demanda por parte das exportações, já que a China aumenta o seu volume de compra, pensando nos estoques para as festividades do calendário chinês.
Outro fator que trouxe a sustentação no viés altista no mercado do boi gordo é a entrada da massa salarial e dos feriados prolongados na próxima semana, com o início do mês de novembro. A tendência é de maior consumo no mercado interno, o que motivam os frigoríficos, que encontram dificuldade para encontrar a oferta de boi gordo.
Diante disso, algumas plantas já começaram a “correr atrás do boi gordo”, fazendo as negociações do Boi a Termo, para as próximas semanas. E é nessa nova jogada que o pecuarista que possui animais próximo do ponto de abate, esta aproveitando a alta.
Negociações em São Paulo, mais precisamente no município de Barretos, com o Boi Gordo a Termo sendo negociado por R$ 290,00/@, valor com prazo de 30 dias e abate para o dia 30 de dezembrro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação informada no app da Agrobrazil.
Temos uma baixa oferta de animais no mercado interno, bom cenário no exterior fazendo com que os preços alcance níveis recordes impressionantes”, explica a especialista.
Mercado Futuro
A arroba do boi gordo no contrato de novembro na B3 atingiu o patamar de R$ 288, maior valor da história. De acordo com a diretora da Agrifatto Consultoria, Lygia Pimentel, existe uma conjuntura de fatores que levam ao cenário atual.
“Em primeiro lugar está a falta de oferta, decorrente do ciclo pecuário. Em segundo está a falta de estímulo em boa parte do ano, onde os custos estão subindo acima da arroba do boi gordo prejudicando as margens e o dólar impulsionando as exportação. Ou seja, temos uma baixa oferta de animais no mercado interno, bom cenário no exterior fazendo com que os preços alcance níveis recordes impressionantes”, explica a especialista.
Lygia afirma que ainda é precoce dizer se os preços devem ultrapassar a casa dos R$ 300. “É difícil falar antecipadamente sobre limites de preços. Tudo vai depender do equilíbrio entre oferta e demanda e quanto o consumidor vai conseguir aceitar isso. Então, ainda não é possível falar sobre limite nos preços. Vale lembrar que um movimento muito parecido como esse ocorreu no ano passado, em meados de novembro”.
- Como o Biochar está ajudando a NetZero a alcançar metas climáticas ambiciosas
- STJ decide: recuperação ambiental pode afastar indenização por dano – entenda como isso impacta o produtor rural
- Sebrae Minas vai conectar cafeicultores ao mercado e a tendências de inovação e sustentabilidade durante a SIC
- Soja em Chicago tem manhã estável; leia a análise completa
- Nespresso reforça seu compromisso com a cafeicultura regenerativa na SIC 2024
O que esperar de 2021
“Assim como aconteceu no início deste ano, é possível que o mercado supere os limites de 2020 em 2021. Isso porque falta bezerro no mercado, e isso consequentemente leva a menor oferta de boi gordo. Estimamos também que as exportações devem continuar em ritmo solido impulsionadas pelo dólar”, disse a especialista.
“No mercado doméstico, a expectativa é de recuperação justamente porque a economia está começando a aquecer passada a crise atual. Obviamente que esse processo também corre risco. Não estamos livres de baques”, explica Lygia.