Preço do boi galopa solto Brasil afora e garante valorização da matéria prima; Cotações da arroba saltam até R$ 7 de um dia para o outro, em importantes praças pecuárias.
Nesta quinta-feira, 20 de novembro, os preços do boi gordo voltaram a subir fortemente em algumas importantes praças pecuárias. Em São Paulo, o valor do animal terminado sofreu acréscimo diário de R$ 4/@, subindo para R$ 229/@, a prazo, segundo dados apurados pela IHS Markit.
Em Mato Grosso do Sul, a elevação foi ainda mais forte: de ontem para hoje, a cotação da boiada gorda saltou R$ 5/@ nas regiões de Campo Grande e Três Lagoas, com negócios saindo a R$ 219/@, a prazo. Na praça de Goiânia, o disparo desta quinta-feira foi o mais alto entre todas as praças pesquisadas pela consultoria IHS: houve valorização diária de R$ 7/@, saindo de R$ 222/@ para R$ 229/@, prazo.
Na contra-mão do mercado, o Indicador do Cepea, caiu de forma significativa, fechando a R$ 225,20/@ nesta última quinta-feira. No aplicativo da Agrobrazil, foram observadas valorizações em algumas praças, com São Paulo fechando com média de R$ 231,58/@.
Pecuarista de Santa Maria da Vitória/BA, informou negócio de R$ 250,00/@ com prazo de 10 dias para pagamento e abate escalado para o dia 24 de agosto. Já com destino a exportação, o Boi China em São Felix do Xingu/PA, foi negociado por R$ 229,00/@ com pagamento à vista e abate para o dia 28 de agosto.
“Nos Estados de GO e MS, o registro de algumas chuvas nas últimas duas semanas tem dificultado o carregamento de novos lotes, fator que tem pressionado as cotações”, informa a IHS, acrescentando que o esgotamento de oferta de animais prontos também contribui para o movimento de alta.
Na praça de São Paulo, as ordens de compra se concentram em animais com padrão internacional e provindos dos confinamentos. Os negócios de hoje, fechando a preços mais altos, preencheram lacunas nas escalas de abate desta semana, relata a IHS.
Nos Estados de Tocantins e Pará, o valor da arroba também registrou fortes ajustes positivos nesta quinta-feira. Os frigoríficos da região Norte do País alegam dificuldades em avançar com as escalas de abate em meio a enorme escassez de oferta de animais terminados, tendo, assim, que se posicionar de forma mais ativa para conseguir comprar bons lotes de boiadas.
Segundo a IHS, a pressão altista no mercado do boi gordo é motivada por dois fatores principais: o aquecimento das exportações de carne bovina e a baixa disponibilidade de gado terminado. “Mesmo diante do enfraquecimento do consumo doméstico entre as proteínas, as indústrias mantêm o ritmo de produção regular para atender os compromissos de exportação e, diante da dificuldade em avançar com as escalas de abate, aumentam os preços oferecidos pela matéria prima”, observa a consultoria.
Além do período de entressafra, a atual restrição na oferta de boiadas é resultado do aumento do abate de fêmeas nos últimos anos, que promoveu um encarecimento do gado de reposição, diminuindo o rebanho efetivo no País e, consequentemente, os níveis de abate, justifica a IHS.
Neste contexto, as cotações da arroba segue sustentada em patamares altos e em trajetória de valorização, cenário que deve se manter pelos próximos meses, prevê a consultoria.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta quinta-feira. O consumo de proteínas segue enfraquecido pelo menor poder de compra de parte da população consumidora, cenário característico para o período do mês. O volume de ofertas de carne, porém, também é inferior à regularidade, em função da dificuldade de compara de boiadas. Dessa forma, há um equilíbrio entre a oferta e demanda, mantendo as cotações da carne bovina sustentadas.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Segundo Iglesias, a reposição entre atacado e varejo é mais lenta neste momento, conforme já era esperado, diante do menor apelo ao consumo durante a segunda quinzena do mês, com o brasileiro médio mais descapitalizado.
“Outro destaque está nas exportações, que seguem em ótimo nível. Se o ritmo de embarques for mantido, a tendência é que o mês de agosto tenha um desempenho ainda melhor do que julho”, aponta.
Com isso, a ponta de agulha permaneceu em R$ 13 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 13,60 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 15,60 o quilo.
Com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Agência Safras e Portal DBO