Analista diz que a valorização neste período do ano surpreendeu e projeta tendência de alta para as cotações até o fim do ano; Deve bater R$ 250,00/@!
A semana abriu dando sinais claros de como deverá ser os primeiros dias de setembro no mercado do boi gordo: oferta bastante restrita de animais para abate e uma arroba firme, com tendência de alta.
Segundo a IHS Markit, os frigoríficos demonstram bastante dificuldade para preencher a suas escalas de abate e, diante dessa situação, oferecem preços mais alto pelas boiadas para garantir o abastecimento nas câmaras frias. Entre as indústrias pesquisadas pela consultoria paulista, as programações de abate operam, na maioria dos casos, com negócios realizados para atender compromissos ainda nos próximos dois dias úteis.
Enquanto isso, do lado pecuarista, mesmo com a valorização recorde acumulada na arroba da boiada gorda ao longo do ano, as margens operacionais seguem apertadas em função dos altos custos com ração e a reposição. Esse é dos fatores que explicam a baixa oferta não só de “animais de capim”, devido ao período da seca, mas também de bovinos engordados em confinamentos.
“A quantidade de animais terminados é insuficiente para atender à necessidade vigente dos frigoríficos, que precisam abastecer o aquecido mercado externo”, avalia a IHS Markit. Além disso, há uma expectativa de melhora na demanda interna de carne bovina nas próximas semanas, devido ao pagamento de salários aos trabalhadores.
Segundo app da Agrobrazil, os preços seguem com forte tendência de alta nesse momento. Segundo os negócios informados nesta segunda feira, o preço médio para praça de São Paulo, fechou o dia com forte valorização e cotado a R$ 239,45/@, com preço variando de R$ 221 a R$ 240/@.
Já o Indicador do Cepea, esse continua quebrando seus recordes, abrindo a semana com o valor de R$ 237,60/@. Lembrando que historicamente, segunda-feira, é um dia de baixa no valor do Cepea. Entretanto, essa mudança de cenário na pecuária, fez com o que o indicador quebrasse recorde por três dias consecutivos.
De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a referência para o boi com padrão exportação no estado de São Paulo é de R$ 240,00/@. “Existe a possibilidade de ter negócios para o boi comum ao redor de R$ 240,00/@ com indústrias de pequeno porte compondo as escalas de abate. Ainda não foi registrado no aplicativo, mas estamos vendo um movimento que as indústrias não habilitadas para exportar vão ter que pagar preços maiores”, comenta.
Giro pelas praças
Segundo a IHS Markit, a demanda pelo gado se concentra principalmente em lotes que atendam aos requisitos internacionais, restringindo ainda mais a quantidade de animais disponíveis. Nesta segunda-feira, 31 de agosto, a arroba se valorizou em algumas regiões pecuárias do Centro-Sul e ao Norte do Brasil.
Em São Paulo, poucos negócios envolvendo machos foram feitos a valores mais elevados, com a arroba valendo até R$ 239.
No Mato Grosso, houve registro de altas pontuais em algumas praças. Em Minas Gerais, diante da escassez de oferta, os preços seguem sob forte influência altista e apresentaram novos ajustes positivos nesta segunda-feira. Em um cenário semelhante, no Pará as compras efetuadas para preencher escalas ainda para amanhã foram feitas a patamares mais altos. Na Bahia, a arroba do boi gordo registrou forte valorização
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Tendência é de alta no preço da arroba
A arroba do boi padrão China atingiu R$ 243, de acordo com a Safras & Mercado. A valorização se deve à oferta restrita e à demanda aquecida. O analista Fernando Iglesias afirma que no último trimestre do ano, o preço pode chegar até R$ 250.
Segundo Iglesias, a alta neste momento pegou a consultoria de surpresa. “Não tínhamos convicção de um cenário tão agressivo acontecer já em meados de agosto”, afirma. Até o fim de 2020, com a reabertura do comércio e comemorações de fim de ano, há uma tendência de alta na demanda interna, diz ele, o que deve sustentar as cotações.
Compre Rural com informações da IHS Markit, Portal DBO, Agência Safras, Agrobrazil