Arroba bate preço recorde e vai subir mais, segura o boi

Alguns frigoríficos tentaram, sem sucesso, baixar o preço do boi, mas o que se viu foram cotações firmes e algumas novas altas com preços batendo recordes!

Em todo o País, a oferta restrita de animais mantém forte pressão altista sobre as cotações, em um momento de enfraquecimento do consumo doméstico de carne bovina – a segunda quinzena do mês é marcada pelo menor poder aquisitivo da população, devido ao maior distanciamento do último pagamento de salários.

Os preços do boi gordo voltaram a subir em algumas regiões produtoras nesta quarta-feira, 16. “A oferta de animais terminados não evolui. Com isso, é gerada uma latente dificuldade para os frigoríficos alongarem suas escalas de abate”, diz o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Segundo ele, a oferta não tende a melhorar no restante do ano, uma vez que a estiagem prolongada é uma realidade no Centro-Sul do país, tardando o desenvolvimento dos animais de pasto, que devem estar aptos ao abate apenas no primeiro trimestre de 2021.

Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 250,30/@ na terça-feira (15/9), para R$ 248,48/@, nesta quarta-feira (16/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,56/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 250,54/@.

O destaque ficou para as negociações de São Paulo, onde foram informadas vendas de Boi China, em Mococa, no valor de R$ 253/@, com prazo de 7 dias para pagamento e abate para o dia 21 de setembro.

Já o Cepea, bateu o maior patamar da história do Indicador, com valorização e cotado a R$ 250,90, à vista, praça paulista, esse é o maior valor já registrado pelo Indicador e um grande recorde, mostrando que o mercado tem margem para uma nova onda altista e que o movimento é para cima nos preços do boi gordo!

Confinamento e Boitel VFL BRASIL. Foto: Marcella Pereira

Neste contexto, diz a IHS Markit, as indústrias frigoríficas enfrentam dificuldades para equilibrar as margens operacionais entre os custos de produção e o preço de venda dos cortes, se mantendo mais cautelosas em suas estratégias de compras de boiadas.

Segundo a consultoria, as escalas de abate atendem, em média, quatro dias úteis, e houve registro de plantas com maior representatividade do mercado interno que reduziram o ritmo dos abates diários preocupadas com ônus da formação de estoque.

Giro pelas praças

Nesta quarta-feira, algumas regiões pecuárias apresentaram valorização na arroba, embora na maioria das praças o dia foi marcado pela estabilidade nos preços das boiadas.

  • Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 252 a arroba, estáveis na comparação com a terça-feira, 15.
  • Em Uberaba (MG), os preços ficaram em R$ 250 a arroba, contra R$ 249 na terça.
  • Em Dourados (MS), a cotação chegou em R$ 247 a arroba, ante R$ 246.
  • Em Goiânia (GO), o valor indicado foi de R$ 242, inalterado.
  • Já em Cuiabá, o preço ficou estável, em R$ 230 a arroba.

Em Mato Grosso, frigoríficos exportadores pagaram mais alto na arroba bovina para conseguir preencher as escalas de abate dos próximos dias, segundo apurou a IHS Markit.

No Pará, lotes envolvendo machos foram comprados a preços acima das máximas anteriores. Na Bahia, em meio a escassez de oferta, a arroba novamente se valorizou nesta quarta-feira. No Tocantins, os negócios também efetivados foram feitos a valores mais elevados.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem subindo gradualmente. Conforme Iglesias, a tendência de curto prazo remete a menor espaço para reajustes, avaliando a reposição mais lenta entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.

Com isso, a ponta de agulha subiu de R$ 14,10 o quilo para R$ 14,15 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 14,20 o quilo, e o corte traseiro passou de R$ 17,70 o quilo para R$ 17,75 o quilo.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em baixa de 0,92%, sendo negociado a R$ 5,2400 para venda e a R$ 5,2380 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2130 e a máxima de R$ 5,2750.

Compre Rural com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Cepea, Agência Safras e Portal DBO

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