Boi gordo chega a R$ 228,50, maior valor do ano, e se aproxima de recorde; De acordo com o indicador Cepea/B3, o patamar mais alto alcançado até hoje foi de R$ 231,35, em novembro do ano passado.
Os preços do boi gordo e da vaca gorda voltaram a registrar valorizações em algumas praças pecuárias, depois de abrir o primeiro dia com estabilidade. Não há sinais de queda no mercado pecuário. Segundo informa a IHS Markit, os frigoríficos brasileiros operam com escalas de cinco dias úteis, em média, sem necessidade de aquisições mais urgentes.
Diante da dificuldade de compra de boiadas neste período de entressafra, porém, os negócios realizados são efetuados com oferta de preços mais altos. Além da grande escassez de oferta, o movimento altista do boi gordo é sustentado pela recuperação parcial do consumo doméstico de carne bovina, e pelo bom ritmo das exportações de carne bovina.
Resultado preliminar divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior mostra que os embarques de carne bovina in natura durante os primeiros 5 dias úteis de agosto continuaram em ritmo aquecido, totalizando 44 mil toneladas, avanço, na média diária, de 20% frente à julho/2020 e 43% com relação à agosto/2019.
No atacado brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta terça-feira.
O indicador do Cepea fechou a semana cotado em R$ 227,20/@, uma grande alta em relação ao fechamento do dia anterior. Já a média do app da Agrobrazil, fechou o dia cotado em R$ 228,43/@ com preços variando de R$ 223 a R$ 230/@, na praça de São Paulo.
Giro pelas praças
No Centro-Sul do País, a arroba se valorizou nas praças do Mato Grosso e Minas Gerais. Nos dois Estados, a escassez de oferta de animais tem emplacado pressão altista nas cotações. Além disso, o resultado positivo das vendas no mercado internacional tem beneficiado a atuação de frigoríficos exportadores dessas regiões.
No Norte do país, especificamente nas praças do Pará e Tocantins, houve ajustes positivos nos preços da boiada gorda. Nessas regiões a liquidez avança de forma esparsa em meio a grande dificuldade de compra de matéria prima, observa a IHS Markit.
No Maranhão, a cotação da vaca registrou leve alta nesta terça-feira.
Nas praças de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, os preços do boi gordo ficaram estáveis, tanto do boi gordo quanto da vaca gorda. O mercado apresentou morosidade de negócios, uma vez que, diante dos patamares elevados praticados, os frigoríficos de SP e MS resistem em oferecer valores mais altos que as máximas vigentes, destaca a IHS.
O que esperar desse mercado?
O indicador Cepea/B3 para o boi gordo voltou a subir nesta segunda-feira, 10, e registrou o maior valor do ano, a R$ 228,50 por arroba. Os cálculos são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em apenas um dia, os preços compensaram a queda registrada na primeira semana de agosto e se aproximaram do recorde histórico registrado em novembro do ano passado, de R$ 231,35.
De acordo com o pesquisador do Cepea Thiago Bernardino, a falta de oferta de animais terminados e os fortes volumes de exportação explicam o avanço das cotações. Em 2020, apenas fevereiro não bateu recorde para o mês dentro da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) para embarques de carne bovina.
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A primeira semana de agosto, por exemplo, em resultado divulgado nesta segunda, já sinaliza novo recorde para o mês e alta probabilidade de também registrar o maior volume embarcado dentre todos os meses da série.
Entre os fatores que podem levar a arroba para novos recordes, o pesquisador cita câmbio em patamar interessante, que torna a carne brasileira competitiva no exterior, e o apetite chinês.
Com informações do Portal DBO, Agrobrazil, Cepea, Canal Rural e Agências