Pecuarista faz o dever de casa e avisa que não venderá boi gordo barato; Situação é uma só: NÃO TEM BOI GORDO PARA ABATE, ou seja, frigorífico terá que pagar mais!
O mercado do boi gordo registrou mais um dia de “queda de braço” nos preços da arroba, reforçando a pressão dos frigoríficos iniciada nesta semana. O enfraquecimento nas cotações, em grande parte do país, reflete a menor procura por boiadas por parte dos frigoríficos, que alegam estreitamento das margens operacionais devido ao salto valores recordes da arroba e, consequentemente, à dificuldade em repassar o aumento nos custos ao preço da carne bovina, esclarece a IHS Markit.
Segundo o analista Hyberville Neto, da Scot Consultoria, “o cenário é de ajuste de preços”, embora há dúvidas sobre a magnitude e a duração deste movimento de baixa. “Os fundamentos são positivos em médio prazo, mas o curto prazo deve ser de testes”, avalia Neto.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 282,70/@, na quinta-feira (19/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 277,91/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 268,00/@.
No Centro-Oeste, o mercado registrou novos ajustes negativos no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Estados onde houve a paralisação temporária de algumas plantas frigoríficas (férias coletivas).
Preço Cepea Disparou
Após o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (praça paulista, valor à vista) ter atingido R$ 292/@ no dia 11 deste mês, os valores da arroba se enfraqueceram nos dias seguintes, informam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a entidade, diante da disparada da arroba nos últimos meses, muitos frigoríficos, especialmente os que trabalham apenas com o mercado doméstico, postergam as compras de novos lotes de animais.
No entanto, diz o Cepea, a oferta de animais prontos para abate ainda é muito baixa, “contexto que limita quedas mais intensas nos preços de negociação”.
Na quinta-feira, 19, o Indicador CEPEA/B3 fechou a R$ 287,65, com alta de 5,61% frente à quarta-feira anterior, 18. No acumulado da parcial de novembro, porém, ainda se verifica avanço de quase 2,00 % no preço do indicador.
Qual a perspectiva?
O grande limitador para quedas mais agressivas nos preços do boi gordo é a situação da oferta, que permanece restrita neste período que é o de maior demanda por carne bovina ao longo de todo o ano.
“A tendência é que a oferta de animais de pasto esteja apta ao abate apenas no final do primeiro trimestre, consequência da estiagem prolongada que ocorreu em 2020”, destaca o analista da Safras & Mercado.
Diante dessa menor oferta de animais e a chegada da primeira parcela do 13º salário, deve trazer uma maior pressão na indústria, obrigando que preços maiores sejam ofertados para garantir os estoques, já que esses estão completamente enxutos nesse momento.
Sendo assim, a tendência é de alta e preço deve estabilizar a R$ 300,00 nas praças paulistas nos próximos dias!
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Atacado
No mercado atacadista, os preços seguem firmes. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta dos preços, em linha com o ápice do consumo no decorrer do último bimestre, cenário que remete a uma reposição mais rápida entre atacado e varejo.
“Por sua vez, as exportações continuam em ótimo nível, ainda uma consequência do forte apetite de compra por parte da China. O gigante asiático ainda busca preencher a lacuna de oferta formada pela Peste Suína africana, que dizimou relevante parcela do rebanho suinícola local”, assinalou Iglesias.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 16,30 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 15,70 o quilo.