Maior demanda pelo Boi Padrão China trouxe animo ao mercado e, para cumprir os contratos, os preços dispararam e atingiram o patamar de R$ 350,00/@.
A semana começou com o fechamento do último dia útil de janeiro, 31, trazendo uma maior motivação ao mercado do boi gordo. Segundo as negociações informadas ao longo do dia, os preços do boi gordo mantiveram a tendência das últimas semanas, ou seja, de estáveis a mais altos, com indústria que atende ao mercado da exportação pagando mais pelo boi gordo.
Dinheiro dos salários e fim das férias escolares podem estimular o consumo doméstico, enquanto os embarques ao mercado da China tendem a crescer após o fim das comemorações do Ano Novo chinês. Com isso, o pecuarista precisa se atentar aos fatores que podem influenciar nas cotações. O ponto positivo é que o mercado do boi gordo abre fevereiro com o preço da arroba em patamares elevados!
O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, fechou janeiro com uma alta acumulada de 2,17% neste primeiro mês de 2022. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 339,40/@ para o valor de R$ 343,80/@. Diante desses números, conforme o gráfico abaixo, os valores do Indicador tiveram uma pressão positiva e a alta é de R$ 4,15/@, considerando os últimos 20 dias úteis do mês de Janeiro.
O destaque, conforme dito acima, ficou para os animais que atendem o “Padrão China”, essa categoria teve ágio de até R$ 30,/@, segundo as negociações informadas nesta segunda-feira. Os pecuaristas de Tapiratiba, no estado de São Paulo, informaram negociações de R$ 350,00/@ com pagamento à vista e o abate programado para o dia 10 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.
Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 340,04/@, na segunda-feira (31/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,45@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.
Com escalas praticamente fechadas para a semana, poucos compradores estiveram ativos nesta manhã e os preços permaneceram estáveis nas praças pecuárias paulistas. A oferta restrita de boiadas tem sustentado as cotações, com negócios para o boi gordo em R$337,00/@, para a vaca gorda em R$303,00/@ e para a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo.
Pecuarista é o atual dono da bola
Mais uma semana que se inicia com a ponta vendedora em uma situação mais favorável, a oferta restrita dita o ritmo do “jogo” e com isso vemos frigoríficos aceitando pagar até R$ 345,00/@ para animais destinados à exportação para a China.
Na B3, o contrato com vencimento para fev/22 encerrou o dia em R$ 336,00/@, apresentando queda de 1,44 % no comparativo diário.
Esperança para fevereiro
Na avaliação da IHS Markit, com o fim das férias escolares e a virada do mês (período de entrada de massa salarial), o consumo doméstico de carne bovina tende a ganhar certo fôlego no curto prazo.
Em relação à demanda externa, dizem os analistas, o mês de fevereiro deve trazer um tom mais definido de como deverá ocorrer os ritmos de exportação de carne bovina brasileira ao longo de 2022.
“A China retorna aos trabalhos regulares após as festividades do ano novo chinês, comemorado nesta semana”, relata a IHS. Os analistas da consultoria acreditam que os embarques à China devam alcançar os padrões de volumes observados antes do embargo à carne bovina brasileira, no início de setembro do ano passado.
Porém, por outro lado, o recuo do dólar frente ao real observado nas últimas semanas acendeu uma luz amarela ao setor de exportação de commodities.
A taxa cambial saiu do patamar de R$ 5,70, no início de janeiro, para os atuais R$ 5,30, compara a IHS. “Este recuo do câmbio reduz a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional”, observa a consultoria. Na visão dos analistas da IHS, nesta semana, as indústrias frigoríficas devem continuar testando novas baixas no mercado físico do boi gordo.
Lições de 2021
Depois de atingir o fundo do poço, porém, a cotação do boi gordo foi se recuperando lentamente, até retomar a trajetória consistente de alta, o que culminou em novos recordes da arroba, que encerrou 2021 com o valor nominal histórico de R$ 336,50 (indicador Cepea, praça paulista).
Para Leandro Bovo, sócio da Radar Investimentos, de SP, o período de 75 dias – entre início de setembro e meados de novembro – ficará na memória dos pecuaristas, que, em tão pouco tempo, saíram de uma situação de euforia para um quadro de “desespero e prejuízos recordes”. Segundo ele, ficou para trás aquela conversa de que o boi gordo sempre foi a commodity com menor volatilidade dentre todas as negociadas na bolsa B3.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 337, ante R$ 336 na quarta-feira.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 314, ante R$ 319.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 315, contra R$ 316.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 335 por arroba, contra R$ 340.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo, inalterada.
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Atacado
No mercado atacadista de carne bovina, a movimentação de vendas foi intensa com os distribuidores se preparando para o início de mês, momento em que o consumo da proteína bovina tende a aumentar com o recebimento da massa salarial. Por enquanto a carcaça casada permanece com a referência em R$ 20,50/kg, podendo ter reajustes durante a semana conforme o desempenho do varejo.
Na comparação feita semana a semana, a cotação da carcaça casada de bovinos castrados subiu 4,4%, ou R$0,86/kg, e está cotada em R$20,37/kg. Já a de bovinos inteiros está precificada em R$18,55/kg, alta de 0,1%, ou R$0,02/kg, nas mesmas condições.