Os frigoríficos não conseguiram finalizar negociações com preços abaixo da referência, já que o produtor segue de olho na alta dos seus custos de produção!
O mercado físico do boi gordo registrou preços estáveis nesta terça-feira, 22, com disputa acirrada entre os elos da cadeia da carne. A ordem da indústria foi para se retirar da praça ou, até mesmo, ofertar preços abaixo da referência. Esse cenário acabou reduzindo o volume de negociações.
Do outro lado, os pecuaristas buscam melhores preços na comercialização, de olho nos preços da reposição e dos insumos. Essa “briga” acaba por reduzir a fluidez das negociações. As indústrias já começam a reduzir sua capacidade de abate e dar férias coletivas, como forma de pressionar o mercado!
As escalas de abate mais alongadas, atendendo em média 7 a 8 dias, e alguns frigoríficos fora das compras, sustentam o cenário de preços estáveis no comparativo diário, informou a Scot Consultoria, apontando que o boi, vaca e a novilha gordos estão sendo negociados, respectivamente, em R$317,00/@, R$294,00/@, e R$310,00/@, preços brutos e a prazo.
Para bovinos que atendem o mercado internacional, os negócios podem chegar até R$325,00/@, preço bruto e à vista. O destaque continua sendo o mercado externo, com preços e demanda firmes em patamares mais elevados que aqueles para animais destinados ao mercado interno.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 322,38/@, na terça-feira (22/06), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 316,45/@.
Um dia após bater o recorde histórico da série, o indicador do boi gordo do Cepea, calculado com base nos preços praticados em São Paulo, a cotação variou 1,31% em relação ao dia anterior e passou de R$ 319,55. No acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 19,13%. Em 12 meses, os preços alcançaram 48,71% de valorização.
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, apesar do avanço das escalas de abate, os frigoríficos não conseguiram finalizar negociações com preços abaixo da referência. Dessa forma, o mercado físico do boi gordo manteve a firmeza apresentada desde o final do pico da safra. Em São Paulo (SP), a referência para a arroba ficou em R$ 319, na modalidade a prazo.
Com o avanço do período de entressafra, a oferta de boiadas está cada vez mais rara, oferecendo firmeza aos preços da arroba. Muitos pecuaristas seguem concentrados no confinamento de bovinos para o segundo semestre, relata a IHS.
Os poucos negócios registrados são pontuais, e englobam sobretudo animais com padrão exportação (abatidos mais jovens, com até 30 meses de idade), que recebem prêmios em relação ao valor do animal comum – o chamado “boi-China”.
- Alerta: Semana com típicos temporais de primavera-verão; Veja onde
- Boi gordo atinge R$ 365/@ e cenário deve trazer nova disparada nos preços
- Mitsubishi Triton 2026: nova geração mira o topo e quer desbancar concorrentes; Fotos
- Setor agropecuário no Brasil sai ganhando após o G20
- Pecuária não é a vilã do aquecimento global e pode até ser uma aliada
Mercado Futuro
Na bolsa brasileira, a B3, os contratos futuros do boi gordo tiveram comportamento misto, mas com as quedas predominando e apenas o vencimento para julho tendo uma leve alta. O ajuste do vencimento para junho passou de R$ 317,85 para R$ 317,80 e do outubro caiu de R$ 322,60 para R$ 320,75 por arroba.
Atacado
No mercado atacadista de carne bovina, os distribuidores encontram dificuldade de repasse ao mercado varejista devido ao consumo baixo e com isso o mercado permanece empacado. Com baixa liquidez e sem muitas novidades, o preço da carcaça casada se manteve a R$ 19,65/kg.