Frigoríficos estão tentando pressionar o mercado do boi gordo, mas a união da classe pode impedir que os efeitos dessa queda sejam maiores. Confira!
O mercado físico de boi gordo registrou preços mistos nesta terça-feira, 20, na maioria das praças pecuárias, mas sem grande volume de negociações. Os frigoríficos desfrutam de uma posição mais confortável em suas escalas de abate e passaram a exercer pressão de maneira mais contundente sobre os pecuaristas. Se o pecuarista não se unir e se planejar, os preços vão despencar!
Segundo levantamento realizado, observou-se um recuo nos preços da arroba bovina em SP, GO, TO e RO, influenciados pela maior oferta de animais terminados e melhoria nas escalas de abate. Porém, vale ressaltar que a retomada do consumo no mercado interno pode levar a uma redução drástica desse “estoque” de matéria-prima dos frigoríficos.
Uma coisa é certa e temos observado isso: A safra do boi está começando! Ela está sim começando e irá acontecer com a chegada da seca, mas pecuarista já tem conhecimento de que será pequena e de curta duração, tendo em vista a retenção de fêmeas – diante da valorização da reposição – e o do baixo volume de gado disponível, reflexo da menor oferta de bezerro no passado.
Em São Paulo, não houve grandes negócios nessa véspera de feriado nacional. A melhora sutil nas ofertas de boiadas e escalas relativamente alongadas atendendo cerca de cinco a seis dias, permitiram que frigoríficos ficassem fora das negociações nessa terça feira (20/04).
Os preços permanecem estáveis na comparação diária. O boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente em R$316,00/@, R$291,00/@ e R$306,00/@, preço bruto e a prazo.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 313,78@, na terça-feira (20/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,07/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 299,73/@.
Segundo o Cepea, o Indicador do Boi, a cotação abriu a semana recuperando as perdas, a valorização diária de 0,44% elevou os preços ao patamar de R$ 315,85/@. Em 12 meses, os preços alcançaram 60% de valorização.
É preciso ressaltar que o movimento de queda ainda é fraco, nada parecido com a forte onda de valorizações da arroba que foi registrada nos últimos tempos, apontando que os valores ainda estão acima da referência para o período do ano.
Exportações ajudam a sustentar os preços
Até a terceira semana de abril, segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura alcançaram 74,49 mil toneladas, com uma média de 6,77 mil ton./dia exportadas, aumento de 16,5% sobre o resultado de abril de 2020.
Caso o ritmo de exportações continue neste nível ao longo deste mês, o País registrará o melhor abril da série histórica, de acordo com previsão de analistas.
Vale ressaltar que os animais destinados a exportação encontram valores com maior bonificação, já que a margem da indústria exportadora é melhor e consegue pagar mais pelo boi gordo jovem, aquele até 30 meses de idade.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 315 – R$ 316, ante R$ 317 a arroba.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300 a arroba, contra R$ 304.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, ante R$ 307.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 309 – R$ 310 contra R$ 309.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 310 a arroba, ante R$ 311 – R$ 312.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por menor espaço para reajustes durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.
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“A flexibilização do funcionamento de bares e restaurantes em alguns estados é um fator relevante a ser considerado para o consumo das linhas premium dos frigoríficos. Em relação a padrão de consumo, segue a
tendência da predileção por cortes mais acessíveis, a exemplo do quarto dianteiro e da carne de frango propriamente”, disse.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,65 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,90 o quilo.