Pecuarista entra no jogo e dribla a pressão de queda, frigoríficos por sua vez atuam aguardando o reforço das exportações entrar em campo!
O mercado físico do boi gordo voltou a ganhar fôlego nesta última quinta-feira, 16, com a pressão dos pecuaristas que jogam por melhores preços. Já a indústria voltada para o mercado interno continua a pagar melhor, enquanto as com foco no mercado externo ainda continuam a remanejar suas escalas de abate e aguardam a retomada das exportações para a China, que pode ocorrer ainda nesta sexta-feira, conforme divulgado pelo Ministério da Agricultura.
A semana deve fechar com uma grande redução nas escalas de abate, com um recuo para 3 a 4 dias úteis na média nacional. Esse fator, aliado a retomada das exportações podem trazer um avanço ainda maior nós preços da arroba para o curto e médio prazo. Lembrando que a China tem o histórico de ir às compras de forma mais agressiva a partir de outubro.
O Indicador do Cepea, em meio a “bagunça do mercado” voltou a apresentar grande valorização e os valores saltaram de R$ 295,00/@ para o patamar de R$ 302,45/@, uma alta de 7,65% no comparativo diário. O Indicador observou uma grande oscilação na média móvel do Indicador, mas apresenta ainda um recuo de quase 6% neste mês.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 302,24/@, na quinta-feira (16/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 273,67/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 298,50/@.
Na comparação diária as referências para o boi e vaca gordos nas praças paulistas recuaram R$3,00/@ e para a novilha gorda R$4,00/@. A suspensão das exportações e o consumo fraco no mercado interno pressionam os preços.
O boi está sendo negociado por R$302,00/@, a vaca gorda por R$285,00/@ e a novilha gorda por R$299,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo, ressaltando que há ofertas abaixo da referência e frigoríficos fora das compras aguardando para posicionarem seus preços, apontou a Scot Consultoria.
Retomada das exportações
Se tudo ocorrer, rigorosamente, como aconteceu em 2019 – quando houve a confirmação de caso atípico da doença da vaca louca no País – a reabertura das exportações brasileiras de carne bovina para a China pode acontecer nessa sexta-feira, 17 de setembro.
A avaliação é do engenheiro agrônomo e doutor em economia Alexandre Mendonça de Barros, sócio consultor da MB Agro, feita durante o segundo encontro do “Tour DSM de Confinamento 2021”, promovido no início da noite dessa terça-feira, 14.
Desde o dia 4 de setembro, data de confirmação dos casos atípicos de vaca louca pelo Mapa em Minas Gerais e Mato Grosso, estão suspensas temporariamente as exportações de carne bovina para a China.
Se a reabertura não ocorrer na sexta-feira, pode ser que aconteça até o início da próxima semana. Para Barros, a China não deve alongar muito esse tempo porque o país está demando muito a proteína bovina, o que tem feito os cortes subirem de preço, especialmente nos últimos dias.
Mercado Futuro
Na B3, ao contrário do dia anterior, a curva de contratos futuros apresentou desvalorização, também reagindo negativamente ao anúncio de novos embargos à exportação brasileira de carne bovina. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 303,00 para R$ 299,50, do outubro foi de R$ 308,45 para R$ 304,20 e do novembro foi de R$ 317,75 para R$ 313,30 por arroba.
Carne que não for exportada será direcionada ao mercado interno
Ainda segundo o analista, esse volume que não está sendo exportado, acaba represado no país, o que acende um alerta para o setor.
“Estima-se que há 130 mil toneladas de carne parada em câmaras frias e portos. É um volume relativamente grande e há toda uma preocupação logística se isso acabará entrando no mercado interno. Se isso acontecer, os preços da carne vão desabar e ficará ainda mais difícil para os frigoríficos segurarem os preços”, destaca.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304 na modalidade à prazo, estável.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 285, estável.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302, contra R$ 304.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 285, contra R$ 290.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 304.
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Atacado
A carne bovina segue com preços acomodados no mercado atacadista. Os frigoríficos exportadores têm pressa para retomar as negociações coma China, considerando as dificuldades em torno do remanejamento das escalas e manutenção dos estoques. “Os preços por enquanto estão estáveis, com perspectiva de alguma queda dos preços durante a segunda quinzena do mês”, disse o analista.
Com isso, o quarto dianteiro ainda foi precificado a R$ 16,30 o quilo. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.