Arroba a R$ 300 com o apagão do boi se estendendo

A menor oferta de animais para abate deve continuar se estendendo ao longo de fevereiro, as atenções se voltam para o mercado interno nesse momento!

Os preços da arroba se mantiveram de estáveis a mais altos pelas praças pecuárias do país nessa quarta-feira, 27. A lacuna criada entre o período de entressafra do boi no Brasil e a entrada dos primeiros lotes terminados a pasto pavimentou a trajetória de alta nos preços do boi gordo neste começo de 2021, relata a IHS Markit.

Desde o final da primeira quinzena de dezembro, início da retomada do movimento altista, a arroba subiu 17% em São Paulo, informa a Scot Consultoria, acrescentando que hoje os negócios com boiadas gordas giram em torno de R$ 300/@, a prazo, valor bruto.

As indústrias frigoríficas estão com as margens desgastadas, se mostrando um enorme empecilho para movimentos ainda mais robustos de alta. Mas a lacuna na oferta que continua a se estender, ainda não demonstra sinais de melhora.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 297,60/@, na quarta-feira (27/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 299,53/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 282,21/@.

Ainda segundo o app, os preços estão firmes entre R$ 295,00 e R$ 300,00/@ nas praças paulistas. Destaque de ontem para Pedra Preta/MT, com o boi sendo negociado pelo recorde histórico de R$ 300,00/@ com pagamento a prazo de 30 dias e abate para o dia 29 de janeiro. Veja imagem abaixo!

Já o Indicador do Cepea, fechou com leve desvalorização, mas ainda permanece acima de R$ 297,00/@ na praça paulista. Já no mercado externo, a nossa arroba segue em alta, com valor de US$ 54,97/@, apenas US$ 3,00 atrás da arroba nos EUA.

Segundo a IHS, o atraso das chuvas para formação do pasto, a maior extensão do período de monta em função dos altos preços do gado para reposição, e a retenção de fêmeas são fatores que explicam o atual movimento de alta no mercado do boi gordo.

A oferta de animais de safra tende a ser mais consistente a partir de março. Até lá, porém, os frigoríficos terão que enfrentar o quadro de forte restrição de oferta, pagando mais pelas boiadas prontas para conseguir preencher as escalas de abate.

Mercado Futuro

Um dia após a queda de mais 3% do dólar, os futuros de boi gordo na B3 fraquejaram e ainda receberam, mesmo que tímidos, ajustes negativos. O contrato para janeiro/21, que será liquidado nesta sexta-feira, fechou com pequeno recuo de 0,02% ante a véspera, negociado a R$ 296,75/@. Já o vencimento para fevereiro/21, contrato que vem melhorando sua liquidez, encerrou a R$ 294,20/@ com queda de 0,61% na comparação diária.

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 298/299 a arroba, estável.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço estável de R$ 290.
  • Em Dourados (MS), a arroba permaneceu em R$ 287.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 280, inalterada.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços estáveis em R$ 295 a arroba.

Atacado

O mercado atacadista volta se deparar com acomodação em seus preços. No interior de São Paulo, a mudança da alíquota do ICMS local produz uma dificuldade adicional no escoamento da carne bovina.

“Alguns frigoríficos sinalizam para câmaras frias lotadas. Esse aspecto é bastante relevante, uma vez que pode determinar mudanças nas estratégias dos frigoríficos na aquisição de boiadas”, observou Iglesias.

Além disso, os preços proibitivos da carne bovina remetem a um consumo cada vez maior de proteínas mais acessíveis, enfaticamente o caso da carne de frango.

O corte traseiro ainda é precificado a R$ 20,80, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 15,50, por quilo. Corte dianteiro também permanece cotado a R$ 15,50, por quilo.

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