Apesar de derrapar durante a semana, os preços da arroba seguem firmes, de forma geral. A pressão baixista é forte mas esbarra na oferta de animais para abate!
Depois de atingir máximas recordes na primeira quinzena do mês, a etapa final do mês de novembro foi marcada por novos movimentos de baixa nos preços da arroba. O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta sexta-feira, 27. O fato do dia foi a inesperada queda dos preços da carne bovina no atacado, como apontou a Agência Safras.
“Apesar da oferta de boiada gorda se mantém restrita, muitas indústrias frigoríficas optaram por sair das compras por carregar algum conforto em suas escalas de abate ao menos para atender compromissos de curtíssimo prazo, observa a IHS Markit.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 279,36/@, na sexta-feira (27/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 267,24/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 261,12/@.
Já o Indicador Cepea/Esalq, depois de grandes oscilações durante a semana, positivas e negativas, acabou trazendo uma desvalorização de 5% no fechamento da sexta-feira, 27, mas atingindo patamar R$ 279,80. Esse valor se iguala as demais consultorias do mercado.
Segundo a Scot Consultoria, nesta sexta-feira, as indústrias frigoríficas abriram o mercado de São Paulo pagando R$ 1/@ a menos na comparação diária. As ofertas para vaca gorda e novilha gorda recuaram em um ritmo mais forte, R$2/@, e estão cotadas em R$ 258/@ e R$ 268/@, respectivamente (preços brutos e à vista).
Para os machos jovens de até trinta meses que atendem o mercado externo, as ofertas chegam a R$ 285/@, preço bruto e à vista.
Escalas de abate em crescimento
Segundo a Agrifatto, aos poucos as escalas de abate dos frigoríficos vão melhorando em grande parte do país. A queda de braço entre indústrias frigoríficas e pecuaristas está resultando em uma diminuição na dificuldade de compras dos frigoríficos que ainda estão nas compras no país.
- Em São Paulo, a sexta-feira se encerrou com as indústrias que estão abatendo cumprindo um cronograma médio de 7,8 dias úteis.
- Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram os estados onde a escalas frigoríficas mais avançaram nesta semana, nas terras mato-grossenses a escala de abate saiu de 5,0 dias úteis na sexta-feira passada para 6,4 dias úteis nesta semana. Já no MS a escala avançou praticamente 2,0 dias úteis, chegando a 7,2 dias úteis. Com tal desempenho, os dois estados voltaram a ter uma escala de abate acima da média anual.
- Em Rondônia, a escala de abate dos frigoríficos que estão operando registrou uma leve melhora na média semanal. Mesmo atingindo os 5,7 dias úteis, a escala de abate no Estado ainda continua abaixo da média anual.
- Por fim, as regiões em que os frigoríficos ainda enfrentam dificuldade para avançar suas escalas. Em Goiás e Minas Gerais praticamente não “andou” na última semana, se mantendo próximo dos 5,0 dias úteis nos dois estados. Nos dois casos, a escala encontra-se abaixo da média anual.
Tendência e Oferta de Boi Gordo
Do lado da oferta, a disponibilidade de boiada pronto para abater continua enxuta. “Tal situação acaba por limitar a intensidade das baixas entre as praças pecuárias, uma vez que os poucos negócios reportados ainda envolvem pequenos carregamentos de animais”, ressalta a IHS.
Por enquanto, o mercado pecuário ainda mostra uma enorme dependência de lotes de boiadas oriundos de confinamentos ou semiconfinamentos, visto que a irregularidade das chuvas no Brasil neste ano tardou o desenvolvimento dos animais de pasto, que devem estar aptos ao abate apenas em meados do primeiro trimestre de 2021.
Exportações
Segundo a consultoria, outro ponto de cautela entre os compradores de gado é a presença menos marcante da China no mercado de importação de carne, tanto em função do comportamento cambial como pela proximidade do período limite para receber cargas a tempo do novo chinês.
“Praticamente todo os carregamentos que o país necessitava receber antes das comemorações de ano novo chinês já estão sendo despachados e novas compras passaram a ser mais pontuais”, relata a IHS Markit.
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Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontaram que, no acumulado das três primeiras semanas de novembro (14 dias uteis), o Brasil registrou um fluxo médio de embarque de 8,51 mil ton./dia de carne bovina in natura, crescimento de 9,8% frente ao mês passado e desempenho 9,4% superior ao volume de novembro de 2019.
“Caso o fluxo persista, ao final do mês, serão 170 mil toneladas exportadas, cerca de 10% superior ao mesmo mês de 2019”, estima a IHS Markit.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações de carne in natura cresceram 12% frente a 2019, um recorde histórico, que foi puxado sobretudo pela China.
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Atacado
No mercado atacadista, uma retomada do movimento de alta vai depender do desempenho das vendas no varejo nos próximos dias, com a entrada do décimo terceiro salário como um elemento-chave para motivar o consumo, disse Iglesias.
Segundo ele, a atípica queda nos preços tende a influenciar diretamente nas estratégias de compra dos frigoríficos no curto prazo. “Este é um sintoma da saturação do consumidor final, que não consegue absorver tantos reajustes de um determinado produto. A carne de frango segue com grande preferência em relação às demais proteínas de origem animal”, assinala.
Com isso, o corte traseiro recuou de R$ 20,80 o quilo para R$ 20 o quilo. O corte dianteiro caiu de R$ 16,30 o quilo para R$ 16 o quilo, e a ponta de agulha baixou de R$ 15,70 o quilo para R$ 15,55 o quilo.