Para o curto prazo, o viés é de alta no mercado do boi gordo, com a oferta reduzida de boiadas e a exportação dando sustentação aos preços.
Nesta segunda-feira, os preços do boi gordo voltaram a subir em algumas das principais praças pecuárias do Brasil, ainda influenciados principalmente pela oferta restrita de gado pronto para abate. “Para conseguir comprar a matéria prima, muitos frigoríficos aumentam os valores oferecidos, sustentando a forte trajetória altista nas cotações da arroba”, relata a IHS Markit.
A indústria frigorífica vem tentando preencher as suas escalas, principalmente aquelas com destino a exportação, que precisam cumprir os seus contratos. Diante disso, a oferta reduzida de animais para abate acabou levando o mercado ao “quem paga mais leva”. Sendo assim, já são vistas negociações pontuais na casa de R$ 250 + 5,00 (bonificação Boi China), totalizando R$ 255/@, nas praças de Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 247,50/@ na sexta-feira anterior (4/9), para R$ 248,77/@, nesta segunda-feira (11/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,95/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 246,87/@
Já o Cepea, bateu o maior patamar da história do Indicador, abriu a semana com valorização e cotado a R$ 248,60, à vista, praça paulista, com uma alta de 2,98%, uma surpresa para todos.
Segundo a consultoria, a quantidade de gado disponível atualmente permanece insuficiente para atender plenamente a necessidade de compras das indústrias, o que deve continuar a favorecer um ambiente fortemente especulativo.
Indústrias pesquisadas pela IHS Markit alegam dificuldade para encontrar boiadas e, em algumas praças, os abates só conseguem ser preenchidos pela entrada de lotes de confinamento próprio dos frigoríficos. Nesse contexto, ao menos no curtíssimo prazo, não parece haver espaço para ajustes negativos na arroba da boiada gorda, prevê a IHS Markit.
A atuação da China no mercado importador de carne bovina continua bastante ativa e as expectativas para setembro apontam para novos volumes recordes de envio do produto brasileiro .
Giro pelas praças
Os preços do boi gordo voltaram a subir nas principais praças de produção e comercialização do Brasil. “O destaque na abertura da semana ficou para a alta nos preços nas regiões Centro-Oeste e na Região Norte, especialmente no Mato Grosso e no Pará”, destaca o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Nesta segunda-feira, no Centro-Sul, a cotação da arroba registrou ajustes positivos no Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás.
Nas praças ao Norte do País, a atuação de frigoríficos exportadores sustentou altas nos preços da boiada nos estados do Pará, Rondônia e Maranhão.
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 250 a arroba, estáveis na comparação com a última sexta-feira, 11.
- Em Uberaba (MG), os preços ficaram em R$ 246.
- Em Dourados (MS), os preços ficaram em R$ 244 a arroba, contra R$ 242 na sexta-feira, 11.
- Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 240 a arroba, estável.
- Já em Cuiabá (MT), o preço ficou em R$ 227 a arroba, ante R$ 224 – R$ 225.
No atacado
Nos próximos dias, o movimento altista da arroba bovina deve influir também nos preços da carne, uma vez que, além de dificuldades para preencher as escalas de abate, parte da produção das indústrias é absorvida pelo mercado externo, relata a IHS Markit.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina subiram. Conforme Iglesias, a reposição entre atacado e varejo teve boa intensidade nesta segunda-feira, 14, reflexo das boas vendas registradas ao longo do final de semana.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
Já para a segunda quinzena do mês espera-se um arrefecimento na demanda, pois o período é tradicionalmente de menor apelo ao consumo.
Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,10 o quilo. O corte dianteiro subiu de R$ 14,15 o quilo para R$ 14,20 o quilo, e o corte traseiro passou de R$ 17,50 o quilo para R$ 17,70 o quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,12%, sendo negociado a R$ 5,2760 para venda e a R$ 5,2740 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2640 e a máxima de R$ 5,3240.
Compre Rural com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Cepea, Agência Safras, GPB e Portal DBO