Árabes produzem mais frango e compram mais grãos para ração; recentemente a Arábia Saudita desabilitou 11 plantas exportadoras
Receitas com petróleo em xeque no futuro no mundo árabe exigem menor esforço importador de alimentos que podem ser produzidos internamente. Ainda é cedo para sentir se os países árabes estão em tendência consistente de comprarem menos frangos do Brasil. O certo mesmo é que há um esforço de alavancar suas produções.
O crescente reforço importador de grãos do Brasil é o principal indicativo. Destino: ração.
Dito isto, se o Brasil perder share em aves, ganha em mais soja e milho exportados para os 22 membros da Liga Árabe, descontados a diferença de agregação de valor, menor para as commodities.
Dados da Câmara de Comércio Arábe-Brasileira (CCAB), que certifica todas as vendas para o Oriente Médio e Norte da África, mostram que a soja teve performance 26,24% a mais no primeiro semestre em volume, 1,080 mil toneladas. Em receita, 61,1% acima, para US$ 468,3 milhões.
De janeiro a junho, o avanço do milho foi acima de 90%, praticamente coincidindo com o volume da soja. O Brasil internou US$ 220,8 milhões com essa rubrica, que mais que dobrou, em 120%.
“Este é um sinal de que os árabes estão buscando substituir importações e estruturar cadeias de alimentos funcionais, razão pela qual esperamos ver no futuro um aumento expressivo nas vendas para toda Liga Árabe”, avalia o secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour.
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Recentemente, a Arábia Saudita, principal destino dos frangos nacionais, desabilitou 11 plantas exportadoras, movimento visto como tentativa de forçar os principais grupos brasileiros a produzirem localmente.
A dependência externa preocupa no balanço despesas com importação versus segurança alimentar em países que são importadores compulsórios de alimentos.
Nos primeiros seis meses do ano, as vendas de frangos aos árabes cresceram 7,56%, gerando US$ 1,11 bilhão em faturamento. Para o reino saudita, a alta foi de 12,54% em volume e 29,2 em receita. No entanto, Mansur pondera que são números ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. A CCAB acredita que os embarques deverão cair nos próximos meses.
E o pequeno ganho de agora foi para compensar estoques baixos, já que as atividades econômicas melhoraram e o turismo também, elevando o trânsito e o consumo.
Adaptado de Money Times