Em seu discurso de posse na presidência da entidade, Antonio Galvan afirma que a entidade fará de tudo para evitar liberação do herbicida dicamba no país
Galvan é enfático em seu discurso de posse na presidência da Aprosoja, o produtor rural quer o banimento de molécula dicamba no Brasil. Gaúcho de Sananduva e produtor rural em Mato Grosso, Antonio Galvan é o atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) no triênio 2021/2024. Galvan substituiu o produtor rural Bartolomeu Braz Pereira, que estava à frente da Aprosoja Brasil, em Brasília, desde maio de 2018.
Antonio abre seu discurso falando sobre os milhares de processos abertos pelo uso dessa molécula entre agricultores norte-americanos. O Xtendcam (Dicamba) é um herbicida hormonal, sistêmico, pós-emergente, derivado do grupo dos ácidos benzoicos, que simula a ação dos hormônios auxínicos, específico para controle de plantas daninhas de folhas largas. É absorvido por folhas e raízes via floema e xilema, sendo transportado a todas as partes da planta de forma rápida, acumulando-se nas áreas de crescimento ativo, inibindo seu desenvolvimento.
O uso desse herbicida ainda preocupa muitos produtores, por ser um produto solúvel em água e móvel no perfil do solo. Além disso, este herbicida pode volatilizar após a aplicação, em certas condições ambientais sofre deriva, podendo causar injúrias e matar as lavouras vizinhas.
Atualmente, as opiniões se divergem muito sobre os efeitos negativos do dicamba. Por um lado, ambientalistas preocupados com os danos já causados por essa molécula e do outro, empresas investindo em tecnologia de aplicação e na seletividade das culturas, como a soja, para provar que o dicamba é a solução para o controle de biótipos resistentes, principalmente ao glyphosate.
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Atualmente, houve uma modificação na formulação do produto para torná-lo menos volátil. Entretanto, a polêmica com uso do dicamba, não restringe as questões ambientais. Pesquisas mostram que esse produto pode causar sérios problemas à saúde humana. Diante das problemáticas que envolvem o dicamba, há necessidade do conhecimento das propriedades físico-químicas da molécula, permitindo o uso mais racional do herbicida.
A tecnologia de aplicação também pode ser usada para evitar problemas de deriva, como a escolha da ponta, velocidade do vento, volume de calda, além da criteriosa lavagem do pulverizador. Diante do exposto, a nova formulação do dicamba, tende a ser menos danosa ao ambiente e às culturas sensíveis. No entanto, ainda são poucos os estudos, necessitando de mais pesquisas para validar a eficácia do dicamba, afinal, neste momento pode ser a solução para biótipos de plantas daninhas resistentes, porém no futuro, pode ser problema não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana.
A Aprosoja Brasil congrega 16 associadas estaduais e representa mais de 240 mil sojicultores em todo o país.
Fonte sobre o Dicamba no artigo “Novas perspectivas do uso da dicamba na Agricultura Brasileira“