Aprosoja-MT alerta para fila de caminhões e falta de armazéns para escoamento da soja

Os desafios da colheita da safra 24/25: atrasos, chuvas e logística; Com a colheita atrasada e a falta de armazéns para escoamento da soja deixou o setor comprometido, além da pressão sobre o setor agrícola.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) afirmou, em nota, que a falta de armazéns e a precariedade da infraestrutura no Estado têm agravado os problemas logísticos da safra de soja 2024/25. Segundo a entidade, caminhões enfrentam filas de até três dias para descarregar, enquanto as chuvas prolongadas prejudicaram a qualidade dos grãos e atrasaram o escoamento da produção.

“A falta de infraestrutura no Estado de Mato Grosso, e eu digo principalmente da região leste por ser onde eu planto, é enorme. A carroceria do caminhão acaba sendo um instrumento de armazenagem para o produtor rural”, afirmou Luiz Pedro Bier, vice-presidente da Aprosoja-MT e produtor em Gaúcha do Norte.

Em comunicado, ele destacou que os custos logísticos aumentaram. “Os caminhões cobram mais porque ficam parados na fila, esperando para descarregar. Então é um custo, que é direto ao produtor.”

De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até 20 de fevereiro, a colheita de soja no Estado avançou para 50,08% da área plantada, abaixo dos 65,07% registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a Aprosoja-MT, o ritmo acelerou em março, chegando a 91,84%, mas os desafios logísticos continuam.

Falta de armazéns

A entidade apontou que, além da demora na descarga, armazéns têm recusado cargas com sementes fora do padrão. “Nossa logística é bem complicada, e a nossa região sofre muito com falta de armazém”, disse Alexandre Falchetti, delegado coordenador da entidade em Marcelândia. Segundo ele, os caminhões esperam até 36 horas para descarregar e, muitas vezes, não conseguem.

Em relação à nossa colheita de 2025, o início dela foi bem conturbado. Tivemos bastante precipitação de chuva em janeiro, o que prejudicou os produtores que plantam algodão aqui na região. E os primeiros grãos de soja que foram colhidos tiveram bastante problema de avariados. Essas chuvas não são comuns aqui em janeiro,são mais comuns em fevereiro. Foi uma surpresa para nós. Tanto é que as previsões de chuva eram para fevereiro e vieram tudo em janeiro, então deu um susto na galera aqui. Além disso nossa logística é bem complicada, a nossa região sofre muito com falta de armazém, o que gera grandes filas para descarga, o caminhão fica 24, 36 horas na fila para poder descarregar uma carga e muitas vezes ainda não consegue porque os armazéns estão refugando carga com semente.

O produtor aponta que o atraso na entrega de insumos também gerou dificuldades para a safra de milho. “Tivemos atrasos na entrega dos adubos, o que está dificultando a aplicação, já que o milho foi plantado em um curto período de tempo.”

De acordo com a entidade, a dificuldade de armazenamento causa impacto nas exportações. Segundo o Imea, de janeiro a fevereiro de 2025, o Brasil exportou 7,5 milhões de toneladas de soja, uma queda de 20,77% ante o mesmo período do ano passado.

Em Mato Grosso, as exportações somaram 2,65 milhões de toneladas, redução de 24,43%. No comunicado, a defendeu mais investimentos em infraestrutura para melhorar o escoamento da safra.

Diante desse cenário, os produtores seguem seu trabalho, apesar dos desafios climáticos e logísticos, que aumentam os custos de produção e impactam a rentabilidade da safra. Enquanto a Aprosoja MT segue atuando para buscar soluções para esses desafios.

Compre Rural com Estadão Conteúdo

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