Os remineralizantes do solo são insumos minerais obtidos a partir de rochas silicatadas moídas têm potencial para atuar como condicionadores do solo
Representantes da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), visitaram a Embrapa Cerrados para conhecer o trabalho do departamento em remineralizadores de solo, comumente conhecidos como pó de rocha. A vistoria técnica foi realizada na manhã do dia 31 de março. O Gerente Geral, Sebastião Pedro, e o Coordenador de Apoio à Inovação Chang Wilches, receberam Enir Sebastião, Diretor do Departamento de Transformação e Tecnologias Minerais, e Daniel Lima, Coordenador do mesmo departamento; Ana Carolina Argolo, Diretora do Departamento de Sustentabilidade da Mineração; José Ubaldino de Lima, Departamento de Geologia e Coordenador Geral de Produção Mineral de Geologia e Recursos Minerais.
Os remineralizantes do solo são insumos minerais obtidos a partir de rochas silicatadas moídas. Além de formar novas fases minerais funcionais no solo, elas também têm potencial para atuar como condicionadores do solo e fornecedores regionais de nutrientes. Para serem eficazes, precisam interagir com insumos biológicos ou solos com alta atividade biológica.
No Programa Nacional de Fertilizantes do governo federal, lançado em março, os remineralizantes do solo são classificados como uma cadeia de subprodutos emergentes com potencial para uso agrícola. Sebastião Pedro lembra que o trabalho da Unidade com remineralizadores de solo começou em 1999, quando foi realizado o primeiro projeto de pesquisa sobre o tema. O primeiro trabalho envolveu avaliações em laboratório e em casa de vegetação, seguido de estudos em condições de campo.
Cerca de 30 produtos classificados como remineralizantes de solo e substratos vegetais são registrados junto ao Ministério da Agricultura e Abastecimento Agropecuário em atendimento às exigências da Portaria Normativa nº 5 de 10 de março de 2016. Estima-se que esses produtos tenham sido usados em 5 milhões de hectares em todo o país. A demanda por fertilizantes de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) está crescendo na agricultura brasileira, mais de 80% dos quais são importados, enquanto a produção nacional diminuiu cerca de 30% nos últimos 20 anos.
O chefe da Embrapa Cerrados destacou que apenas o Brasil tem realizado pesquisas sistemáticas sobre remineralizadores de solo, pois os solos tropicais permanecem biologicamente ativos durante todo o ano, ao contrário dos solos temperados, onde a atividade biológica é quase paralisada pelas baixas temperaturas no inverno. “A tecnologia está madura, mas ainda é preciso pesquisar para gerar informações. Novos problemas surgirão e vamos aprimorar processos e regionalizar recomendações”, disse.
Após a visita técnica, os técnicos do MME souberam que no campo de testes da unidade, ensaios de longa duração em 2021/22 plantaram 6 variedades de soja com diferentes ciclos, interagindo com diferentes tipos de remineralizadores de solo e insumos biológicos.
No dia seguinte, o diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) visitou a unidade. No encontro, Sebastião Pedro falou sobre o trabalho que está sendo feito na agricultura sustentável e apresentou experimentos de longo prazo com remineralizadores de solo e insumos biológicos para o cultivo de diferentes variedades de soja.
O gerente-geral lembra que desde que assumiu a gestão do centro, o foco tem sido atender às necessidades do sistema produtivo, incluindo pesquisas sobre remineralizadores de solo, soluções de insumos biológicos e ampliação da área de atuação. Um programa de melhoramento genético da soja no centro-norte do Brasil.
“Estamos aproveitando o Novo Marco Legal de Ciência & Tecnologia para fazer parcerias e diversificar fontes de financiamento das pesquisas, de forma a transformar a realidade por meio de desenvolvimento regional, com o produtor testando (as tecnologias) dentro da fazenda”, disse.
“A Aprosoja agradece à Embrapa por encampar soluções de pesquisa que foram sugeridas e apresentadas pelos próprios produtores através da Aprosoja”, destacou o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, que esteve acompanhado pelo diretor-executivo Fabrício Rosa e pelos assessores Leonardo Minaré Braúna e Vinícius Tavares.
