O consumo interno de óleo de soja, com a maior mistura de biodiesel, deverá passar de 7,6 mi de t em 2022 para 9,3 mi de t em 2023, segundo dados da Abiove.
A exportação de óleo de soja do Brasil em 2023 foi estimada nesta quinta-feira em 1,6 milhão de toneladas, o que representaria uma queda de 33% na comparação com 2022, quando o país deverá fechar com os embarques mais elevados do produto em 16 anos, de acordo com dados e projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgados nesta quinta-feira.
Para 2023, a demanda interna por óleo estará mais elevada, quando se espera um retorno de patamares mais altos da mistura de biodiesel no diesel, reduzindo a disponibilidade do produto para a exportação.
A exportação de óleo de soja para 2022 foi estimada em 2,4 milhões de toneladas, 200 mil toneladas acima da projeção divulgada em outubro pela Abiove. O volume é o maior patamar de embarques de óleo desde 2006, quando o país exportou 2,419 milhões de toneladas, com crescimento de 750 mil toneladas ante 2021.
A exportação de óleo foi forte este ano na esteira da redução da mistura de biodiesel para 10%, enquanto o setor encontrou bom mercado substituto no exterior, com a Índia fazendo grandes compras do subproduto de soja do Brasil, buscando amenizar uma escassez de óleo de girassol da Ucrânia, cujos embarques foram prejudicados pela guerra.
A boa demanda por óleo de soja –com produção estimada em recorde acima de 10 milhões de toneladas neste ano– foi um componente de impulso adicional para o processamento da oleaginosa em 2022, que deve marcar históricas 49,7 milhões de toneladas do grão, 700 mil toneladas acima da projeção anterior e cerca de 2 milhões de toneladas a mais do que em 2021, segundo a Abiove.
Isso gerou também maior produção de farelo de soja, importante componente para a ração animal, que deve fechar o ano em nível jamais visto de 38 milhões de toneladas, enquanto as exportações também serão recordes em 20,2 milhões de toneladas, versus 17,2 milhões em 2021.
O Brasil elevou a fabricação de derivados de soja apesar de a colheita ter sido menor em 2022, o que limitou as exportações do grão a 77,5 milhões de toneladas, contra históricas 86,1 milhões em 2021.
O país é o maior produtor e exportador de soja, enquanto a oleaginosa é o principal produto brasileiro de exportação.
Receita recorde em 23
As receitas com exportação de soja, farelo e óleo de soja do Brasil para o ano que vem foram estimadas nesta quinta-feira em recorde de 65,77 bilhões de dólares, aumento de 11% na comparação com a estimativa para o fechamento de 2022, apontou levantamento da Abiove.
Apenas com soja, as receitas foram estimadas em 53,94 bilhões de dólares, versus 45,3 bilhões de dólares neste ano.
O preço médio da exportação de soja brasileira no ano que vem foi previsto em 580 dólares a tonelada, versus 585 dólares em 2022.
Mas o volume exportado em 2023 deverá saltar para 93 milhões de toneladas, com a expectativa de que o Brasil colha um recorde 153,5 milhões de toneladas.
“A primeira projeção da Abiove para o próximo ciclo aponta para um recorde… Isto se deve a uma maior produtividade — 3.700 quilos por hectare, contra 3.080 observados em 2022…”, disse a associação, citando ainda um aumento da área plantada para 43,1 milhões no próximo ano, ante 41,3 milhões de hectares na safra passada.
Na temporada anterior, a produtividade média foi afetada por uma safra menor ao sul do país, o que resultou em uma safra total de 127,9 milhões de toneladas e exportações do grão de 77,5 milhões de toneladas.
A Abiove também divulgou suas primeiras previsões de processamento de soja no Brasil para o ano que vem, que deverá atingir 52,5 milhões de toneladas, enquanto a produção de farelo deverá superar a marca de 40 milhões de toneladas, e a de óleo de soja somar 10,7 milhões de toneladas.
O consumo interno de óleo de soja, com a maior mistura de biodiesel, deverá passar de 7,6 milhões de toneladas em 2022 para 9,3 milhões de toneladas em 2023, segundo dados da Abiove.
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O óleo vegetal tem respondido por mais de 70% da matéria-prima do biodiesel no Brasil.
Fonte: Reuters
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