As operações propostas contariam com juros de 7% ao ano e um prazo de pagamento de até dez anos, fomentando a transformação de mais de 350 mil hectares com degradação moderada ou severa; confira
Em uma iniciativa ambiciosa, o governo federal anunciou um aporte significativo de R$ 100 milhões do orçamento da União para viabilizar o projeto-piloto do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD). A medida visa acelerar a implementação do programa e impulsionar a transformação de vastas extensões de pastagens degradadas em lavouras produtivas.
Durante a primeira reunião do comitê gestor do PNCPD, realizada ontem, foram apresentados cálculos que demonstram que esse investimento, aplicado na forma de equalização de juros, poderia resultar na contratação de quase R$ 2 bilhões em financiamentos. Estima-se que tais recursos atenderiam aos pedidos já realizados por clientes ao Banco do Brasil para investimentos na conversão de pastagens.
As operações propostas contariam com juros de 7% ao ano e um prazo de pagamento de até dez anos, fomentando a transformação de mais de 350 mil hectares com degradação moderada ou severa. Essa iniciativa integra as condições da linha de crédito existente no Plano Safra, conhecido como RenovAgro, mas com a proposta de vincular a contratação a compromissos socioambientais.
O presidente do comitê do PNCPD, Carlos Augustin, destacou a importância de incluir compromissos socioambientais no escopo final do programa, como a adoção de boas práticas trabalhistas, de preservação e de produção. Augustin afirmou que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o pedido oficial de recursos será feito após a conclusão do modelo com as regras e condicionantes para o financiamento.
O Banco do Brasil apresentou um mapeamento detalhado de 101 milhões de hectares degradados no país, sendo 63% destes em áreas de pastagens. Com base nesse diagnóstico, será possível elaborar estratégias específicas para cada região, considerando causas de degradação, fatores limitantes para investimentos em conversão e modelos de negócios mais recomendados.
A meta inicial do programa é recuperar 40 milhões de hectares, e o Banco do Brasil estima que isso demandará R$ 33,7 bilhões. O financiamento proposto busca atender a essa demanda, principalmente entre os clientes do banco, que detêm 37,5 milhões de hectares de áreas degradadas. Na safra 2023/24, o Banco do Brasil já destinou mais de R$ 600 milhões para a recuperação de pastagens na linha do RenovAgro, somando esforços com outros bancos, totalizando desembolsos superiores a R$ 1 bilhão.
A iniciativa visa não apenas recuperar terras degradadas, mas também promover a sustentabilidade ambiental e social, com a expectativa de sequestrar carbono, dobrar a produção de alimentos e garantir rastreabilidade e certificado trabalhista, sem onerar excessivamente os produtores. O comitê do PNCPD planeja criar grupos de trabalho para elaborar um plano estratégico detalhado do programa.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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