Professor que coordenou a pesquisa afirma que a ampliação em duas vezes da dose tradicionalmente aplicada por hectare rendeu em média 10 sacas de grão a mais por ano.
Uma pesquisa desenvolvida por estudantes de agronomia do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Sinop, a 503 km de Cuiabá, aponta que a aplicação de calcário nas lavouras pode garantir maior produtividade de grãos.
O professor e pesquisador, Anderson Lange, que coordenou a pesquisa, afirma que a ampliação em duas vezes da dose tradicionalmente aplicada por hectare de soja e milho teve um rendimento médio de 10 sacas a mais por ano.
“A ideia surgiu em 2014 por curiosidade em relação à reação e uso do calcário no estado. Acreditamos que poderia ser potencializado, pois a produtividade das culturas estão estagnadas com uma média de 50 sacas por hectares”, contou.
Segundo o pesquisador, foi realizado um estudo em campo testando doses crescentes de calcário que foram avaliados de 2014 até 2018.
“Nos primeiros anos não teve muito efeito, pois o calcário reage pouco. Nos anos seguintes, as doses de calcário acompanharam a produtividade da soja, ou seja, quanto maior as doses, maior será a produtividade”, explicou.
Ele explica que os experimentos realizados são feitos em baldes, pois no campo é inviável.
“Neste ano, estamos com um novo projeto que será desenvolvido em várias regiões do estado, em Campo Novo do Parecis, Querência e Campo Verde. Vamos testar doses maiores do que já foi testado para ver a resposta das culturas”, disse.
Solo brasileiro
Os solos brasileiros são na maioria das vezes muito ácidos e precisam dessa correção com calcário para que as culturas se desenvolvam melhor.
Conforme Anderson, a aplicação convencional adotada por produtores no estado é de 2 a 2,5 toneladas de calcário por hectare cultivada, em superfície.
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Mas a prescrição agronômica ideal, conforme aponta a pesquisa científica, pode chegar a 5 toneladas de calcário ou mais, buscando elevar a saturação por bases do solo em 70%.
E foi justamente essa a dose que o pesquisador aplicou junto com os alunos no experimento em uma área rural de Sinop.
Fonte: G1