Com arroba forte, indústria tenta segurar a compra de boi; Frigoríficos optam pela cautela nos negócios, na tentativa de frear maiores altas da arroba.
Nesta quarta-feira, o mercado físico do boi gordo registrou estabilidade na maior parte das praças pecuárias brasileiras, segundo apurou a consultoria IHS Markit.
Nesta segunda quinzena do mês de julho, o consumo de carne bovina nos grandes centros urbanos brasileiros segue enfraquecido, tanto pelo menor poder aquisitivo da população neste período do mês (que espera o pagamento do salário no início de agosto) quanto pela própria crise economia do País, que segue com nível elevado de desemprego.
Diante disso, diz a IHS Markit, os frigoríficos reduzem o fluxo de aquisições de gado e o ritmo dos abates diários, tentando equilibrar a produção com a lenta demanda vigente pela carne bovina. Ao mesmo tempo, relata a consultoria, a oferta de boiada terminada neste período do ano continua escassa entre as praças brasileiras, dificultando negócios envolvendo grandes lotes e limitando a tentativa de algumas indústrias operar com escalas de abate mais folgadas.
Com os compradores comedidos e a baixa disponibilidade de gado no mercado, a arroba do boi gordo segue num patamar elevado, porém sem espaço para maiores movimentações, ao menos no curtíssimo prazo, avalia a IHS Markit
No entanto, as exportações de carne bovina continuam em ritmo forte, puxada sobretudo pela demanda chinesa.
“As plantas habilitadas para embarques mantêm a produção ativa e, favorecidas pelo câmbio desvalorizado, conseguem pagar preços mais altos na compra de matéria prima”, destaca a consultoria.
No entanto, dizem os analistas da IHS Markit, mesmo as indústrias com habilitadas para atender ao mercado internacional, optam por não estender as escalas de abate por muitos dias, na tentativa de frear maiores altas no valor da boiada gorda, que já está em patamares bastante superiores em décadas.
Fechamento na Agrobrazil
O fechamento do indicador do Cepea fechou com grande alta, valendo R$ 221,65/@. No app da Agrobrazil, a média pra a praça de São Paulo ficou em R$ 222,29/@, com preços variando de R$ 217 a R$ 225.
No aplicativo da Agrobrazil, os participantes informaram negócios na região de Marabá Paulista/SP para o boi China de R$ 225,00/@, à prazo com sete dias para pagar e com data para o abate em 04 de agosto. Na cidade de Três Fronteiras/SP, ocorreu negócios para o boi comum de R$ 220,00/@, à vista e com data para abate em 29 de julho.
Já na localidade de Santa Rita do Pardo/MS, o boi comum foi comercializado a R$ 210,00/@, à prazo com 15 dias para pagar e com data para o abate em 27 de julho. No município de Salto do Céu/MT, o boi com destino ao mercado interno foi negociado a R$ 195,00/@, à prazo com 30 dias para pagar e com data para abater em 31 de julho.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados, o que não é surpresa com a reposição mais lenta entre o atacado e varejo na segunda quinzena do mês.
Com isso, a ponta de agulha continuou em R$ 12,10 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 12,65 o quilo, e o corte traseiro permaneceu em R$ 14 por quilo.
Boi Futuro ou Futuro do Boi
Os vencimentos futuros para o boi gordo finalizaram a sessão desta quarta-feira (22) em campo misto na tabela na Bolsa Brasileira (B3). O contrato Julho/20 terminou o dia precificado a R$ 222,30/@ com um avanço de 0,14%, enquanto, o Agosto/20 registrou uma queda de 0,38% e está cotado a R$ 221,00/@.
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O Setembro/20 encerrou o pregão negociado a R$ 219,80/@ com uma desvalorização de 0,16%. Já o contrato Outubro/20 teve uma ligeira perda de 0,05% e cotado a R$ 219,80/@.
Os contratos futuros seguem com preços abaixo dos observados no mercado físico e os valores do milho seguem estáveis, o que não estimula o pecuarista a confinar. “A margem está apertada, mas estamos com uma cabeça construtiva em relação aos preços e mais restritiva com a disponibilidade de animais em agosto e setembro”, afirmou Douglas Coelho, Sócio da Radar Investimentos.