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Selo Angus faz 20 anos e é exemplo de equilíbrio entre demanda e oferta por carne premium no mercado, afirma Ana Doralina Menezes; Confira um pouco mais desse sucesso.
Há 20 anos, começava um selo que mudou o mercado da carne como conhecemos no Brasil: o Programa Angus Certificada. O Selo Angus se tornou sinônimo de produto de qualidade e também de uma produção premium a partir de uma coordenação entre criadores, produtores, frigoríficos e, lógico, os consumidores. E, mesmo depois de duas décadas, o projeto segue sendo exemplo para a indústria alimentícia.
“O Selo Angus foi um programa de qualidade pioneiro na certificação de raça”, afirma Ana Doralina Menezes, gerente nacional do Programas Angus Certificada da Associação Brasileira de Angus. O programa foi o primeiro em escala nacional que conseguiu estabelecer critérios de qualidade em toda a cadeia produtiva da carne, da fazenda até as gôndolas.
O processo começou com um projeto-piloto, com criadores da raça no Rio Grande do Sul em 2003. Poucos eram os produtores do Angus no Brasil na época, conta Ana Doralice. A ideia era garantir que a carne Angus que chegasse aos supermercados da rede Zaffari tivessem sempre o mesmo grau de suculência, gordura e sabor.
Para tanto, foi preciso inspecionar os animais, o abate, a carcaça e até a embalagem do produto. Em menos de um ano, a procura dos consumidores foi tamanha que tiveram de aumentar o escopo do projeto de seis para onze lojas.
“Percebemos na época que o consumidor queria esse produto de alta qualidade. Era uma questão de organizar a cadeia produtiva. Sabíamos que se a gente conseguisse organizar essa cadeia produtiva, o programa iria crescer”, fala Ana Doralina.
Quando chegou a São Paulo, o Selo Angus foi focado no mercado premium, que estava acostumado a comprar produtos importados. “O selo mudou a visão dessas pessoas sobre o que era uma carne premium. Ele fez com que o brasileiro passasse a olhar um pouco mais para a carne do que só para o corte”, diz a executiva.
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Selo de qualidade
O selo certificava animais que tivessem, no mínimo, 50% de sangue Angus, que fossem abatidos jovens e dentro de rígidas especificações. Muitos produtores passaram a procurar a raça para criação, buscando a genética Angus. A Marfrig, por exemplo, criou um programa de fomento para apoiar o criador de Angus, com bonificações para a produção.
O fomento para a criação da raça e para apoiar o melhoramento genético dos bois se converteu em números. Se em 2003 eram 20 mil animais, em 2022 foram 461,6 mil. O programa opera atualmente com 42 unidades frigoríficas, em 22 indústrias em 11 estados brasileiros.
Enquanto o número de raças aumentava, o público brasileiro passou a assumir que o Angus não era apenas uma carne super-premium, mas uma parte do dia a dia. E nada foi mais significativo do que o movimento do McDonalds. Em 2011, a rede de restaurantes passou a usar não só as carnes do Selo Angus, como também nomeou dois lanches a partir da nomenclatura da raça no Brasil.
“O McDonald’s foi a vitrine que popularizou a palavra Angus para as pessoas. As pessoas conseguiram entender que qualidade estava vinculada a essa palavra”, afirma Ana. Os hambúrgueres foram uma maneira inteligente encontrada pela indústria para mostrar que a carne é boa, independente do tipo de produto que ela faz.
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Angus: da Escócia para o Brasil
A raça Aberdeen Angus é originada da Escócia e chegou no Brasil em 1906. Os animais dessa raça têm como principal característica a precocidade. Ana Doralice explica que a raça cresce e se desenvolve “muito mais rápido” para chegar ao ponto de equilíbrio.
Além disso, a raça consegue fazer deposição de gordura no músculo mais cedo. “Em outras raças, a deposição de gordura no músculo é mais tardia: crescem primeiro os ossos, depois o músculo e então a gordura. O Angus faz isso mais jovem”, diz Ana. Tal característica torna a raça mais produtiva e sustentável para os criadores.
O Angus também conta com mais gordura intramuscular, que dá o marmoreio e o sabor da carne. A qualidade final do Selo, no entanto, também abrange o bem-estar animal. “A qualidade da carne é um somatório de tudo”, afirma.
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