Analista afirma que preços dos fertilizantes no Brasil podem diminuir em 2024

Maísa Romanello, da Safras & Mercado, ressalta que as condições climáticas favoráveis e o progresso satisfatório da safra são elementos que podem influenciar os preços.

Na próxima safra agrícola, há expectativas de uma queda nos preços dos fertilizantes no Brasil, conforme destacou Maísa Romanello, analista da Safras & Mercado, durante o primeiro dia da 7ª edição da Safras Agri Week, realizada nesta terça-feira (26).

No ano de 2023, o Brasil registrou um aumento significativo nas importações de fertilizantes, totalizando 39,4 milhões de toneladas, representando um acréscimo de 8% em comparação com o ano anterior. Esses números se aproximaram do recorde alcançado em 2021, evidenciando um crescimento de 12% no mesmo período.

“Em 2021, testemunhamos uma rápida recuperação da demanda, acompanhada de relações comerciais favoráveis, o que resultou em um consumo recorde de fertilizantes e um aumento significativo nos preços. No entanto, esperava-se um reequilíbrio do mercado em 2022. Infelizmente, a escalada dos preços foi impulsionada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, levando a uma preocupação sobre a capacidade do país em exportar seus volumes habituais. No ano seguinte, em 2023, os preços retornaram a níveis mais moderados, enquanto a demanda continuou a crescer”, explicou Romanello.

Os custos dos fertilizantes tiveram uma trajetória volátil nos últimos tempos. A ureia experimentou seu ápice em outubro de 2021, impulsionada pela forte demanda proveniente do Brasil e da Índia. No entanto, ao final do ano, os preços retrocederam. Contudo, com o desencadeamento da guerra entre Rússia e Ucrânia, houve uma nova escalada nos preços, atingindo níveis recordes em 2022.

O MAP seguiu uma tendência semelhante à ureia, com aumentos de preço ao longo de 2021. Em 2022, os preços atingiram um patamar inédito entre março e abril, em decorrência das ramificações do conflito.

Quanto ao potássio (KCL), os preços evoluíram positivamente em 2021, atingindo um pico em abril de 2022, para depois declinar gradualmente no segundo semestre do mesmo ano.

“Observamos uma tendência de queda nos preços do KCL até este ano, porém houve um novo impulso de alta devido ao Brasil identificar oportunidades de preço favoráveis no momento”, ponderou Romanello.

Visão Geral do Mercado

De acordo com a análise da Safras, os Estados Unidos têm liderado as compras de fertilizantes durante o primeiro semestre, porém com uma demanda ainda bastante cautelosa.

Por outro lado, na Europa, espera-se que as compras ganhem impulso em abril, aguardando melhorias nas condições climáticas.

“No Brasil, a importação de KCL é o principal ponto de destaque no mercado atualmente. Não há uma demanda significativa por fosfatados e nitrogenados no momento”, destacou a analista.

Mercado Doméstico

No ano de 2023, o Brasil importou 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes, marcando um aumento de 8% em relação a 2022.

As entregas se aproximaram do recorde registrado em 2021, com um crescimento de 12% em relação ao ano anterior.

Isso resultou em preços mais baixos, uma demanda moderada nos primeiros meses e condições desfavoráveis de troca para soja e milho, enquanto o KCL manteve patamares positivos.

Por fim, a analista compartilhou suas perspectivas para a safra 2024/25.

“Prevê-se condições climáticas mais favoráveis, um bom progresso nas safras dos Estados Unidos, Brasil e Argentina, o que poderá levar a uma possível queda nos preços dos grãos. Isso também pode resultar em uma deterioração nas relações de troca e em bons preços para os fertilizantes entre maio e junho”, concluiu.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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