A janela de plantio é a principal preocupação, sendo crucial para a produtividade. A persistência do fenômeno El Niño nos próximos 2-3 meses é uma variável preocupante.
No cenário agrícola brasileiro, a safra de milho 2023/24 apresenta-se como um desafio notável, caracterizado por condições climáticas adversas que impactaram significativamente o plantio e o desenvolvimento das lavouras. A análise detalhada desse panorama revela uma série de fatores influenciadores. Acompanhe!
Ao final de dezembro, a primeira safra de milho alcançou 80,4% da área prevista de cultivo. Em contraste com os meses anteriores, marcados por extremos climáticos devido ao fenômeno El Niño, dezembro proporcionou um ambiente mais favorável tanto para a implantação da lavoura quanto para o desenvolvimento do milho.
No Sul do país, a redução das precipitações foi benéfica, permitindo a execução dos tratos culturais e a recuperação das lavouras afetadas pelas chuvas excessivas em outubro e novembro. Em outras regiões, o retorno das precipitações impulsionou o avanço da área semeada e a recuperação das lavouras prejudicadas por altas temperaturas e baixos volumes de chuva nos meses anteriores.
No entanto, a análise mais aprofundada revela que a estimativa da área cultivada com milho primeira safra sofreu uma redução adicional, estimando-se em 3.968,6 mil hectares, representando uma queda de 10,7% em comparação com a safra anterior (2022/23). A produtividade também foi revisada para baixo, influenciada pelas condições climáticas desfavoráveis na maioria das regiões, estimando-se em 6.144 kg/ha, 0,2% inferior à última safra e 2,6% abaixo da previsão inicial. Como resultado, a produção total é agora estimada em 24.384,8 mil toneladas, indicando uma redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior.
O panorama geral da produção brasileira de grãos, conforme revelado pelo 4º Levantamento para a safra 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destaca uma nova redução na estimativa de colheita total , totalizando 306,4 milhões de toneladas. Essa revisão para baixo é atribuída às condições climáticas instáveis, caracterizadas por chuvas escassas e mal distribuídas, além de altas temperaturas na região central do país e precipitações volumosas no Sul. Esses elementos têm impactado negativamente no potencial produtivo das lavouras, resultando em atrasos no plantio da safra.
Safra 2024
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o terceiro Prognóstico para a Produção Agrícola de 2024, apresentando uma projeção para a colheita de milho no Brasil. De acordo com os dados, espera-se uma produção total de 116,9 milhões de toneladas, refletindo uma redução de 10,8% em comparação com a safra de 2023. Esta estimativa é 1,4% menor do que o previsto no segundo prognóstico.
Ao analisar as duas safras de milho, observa-se que a primeira safra é projetada em 26,8 milhões de toneladas para 2024, indicando uma queda de 3,3% em relação a 2023. O IBGE destaca que o Rio Grande do Sul, afetado adversamente pelo clima na safra de 2023, deve experimentar uma recuperação em sua produção em 2024. Entretanto, nos demais estados produtores, antecipa-se uma redução na produção, atribuída à escassez de chuvas na região Centro-Oeste e ao excesso de água no Sul, além da resposta não otimizada dos preços.
Quanto à segunda safra do milho, a projeção aponta para uma produção de 90,1 milhões de toneladas em 2024, representando uma significativa queda de 12,8% em relação ao ano anterior. Condições climáticas desfavoráveis resultaram em atrasos no plantio de soja em algumas regiões, reduzindo a janela de plantio para a segunda safra de milho.
O IBGE ressalta que, com exceção de São Paulo e Pará, a maioria das unidades da federação produtoras enfrentará uma diminuição na safra devido às expectativas negativas em relação ao clima, declínio na área plantada e falta de estímulo nos preços para investimentos nas lavouras. Além disso, destaca-se o desafio do patamar elevado de comparação com 2023.
Essas projeções evidenciam um cenário desafiador para a produção de milho no Brasil em 2024, onde fatores climáticos e econômicos desempenham um papel significativo nas perspectivas da safra.
Mercado
No âmbito do mercado, a estimativa de menor produção de milho para 2023/24, aliada à oferta internacional mais abundante (graças à boa safra norte-americana), sugere uma redução nas exportações brasileiras do grão em 2024. Mesmo assim, o Brasil deve manter-se como o maior exportador mundial de milho.
Essas perspectivas reforçam a complexidade do cenário agrícola brasileiro, evidenciando os desafios enfrentados pelos produtores de milho, tanto nas condições climáticas quanto nos aspectos de oferta e demanda, que moldam o panorama futuro dessa cultura fundamental para a economia agrícola do país.
Escrito por Compre Rural com informações da Conab e IBGE.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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