Altas tracionam preços da arroba em machos e fêmeas

Tentativas de compra em SP tiveram aumento entre R$ 1,00 e R$ 2,00/@; Outro ponto a ser destacado é o número de contratos abertos no Mercado Futuro.

Nesta última terça-feira, as tentativas de compra em SP tiveram aumento entre R$1,00 e R$2,00/@ em relação aos dias anteriores. O cenário das programações de abates está heterogêneo, mas de toda forma há bons espaços nas programações da próxima semana a serem preenchidos. No mercado do boi gordo, a melhora sazonal do consumo e a oferta restrita de boiadas mantém as cotações sustentadas. Veja abaixo o relatório completo, com base nos dados de 15/10/2019. 191016Daily-Boiradar

Olhando para o mercado físico do boi gordo, a mudança notada nos últimos dias foi o aumento da disputa por animais “tipo China” pelos frigoríficos. Com a inclusão de mais plantas habilitadas, o valor pago por este animal tem girado ao redor de R$165/@ a R$166/@, com uma diferença entre R$4,00 a R$5,00 da boiada comum.

Preço da novilha subiu 2% em outubro em São Paulo

Segundo levantamento da Scot Consultoria, a referência para a categoria ficou em R$155,50/@, à vista e livre de Funrural. Em relação ao preço praticado no dia anterior (14/10), a alta foi de um real por arroba. Desde o começo do mês, esta categoria é a que tem registrado mais valorizações pelo descompasso maior entre oferta e demanda. O preço da novilha acumulou uma alta de 2,0% na primeira quinzena de outubro, enquanto a cotação do boi gordo subiu 1,3%.

Com a demanda externa aquecida, mais valorizações são prováveis. Contudo, vale destacar que, apesar da escala dos frigoríficos paulistas atender, em média, seis dias, existem indústrias que saíram das compras por estarem com programações cheias até o final deste mês.

Ventos de mudança estão chegando

Na última semana, a Bolsa Brasil Balcão (B3) enviou um comunicado externo informando que a partir de janeiro de 2020 a metodologia do Indicador de Preços ESALQ-USP, à vista, de São Paulo será atualizada. Em resumo, as duas principais mudanças foram: 

  • A amostra terá a participação de frigoríficos com registro no Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP); 
  • Haverá ponderação do preço pelo número de cabeças negociadas. 

As alterações são estruturais e muito bem-vindas. Isto mostra que os órgãos envolvidos têm feito a sua parte, adequando as ferramentas de precificação para a realidade atual. Agora, a informação do pecuarista fica ainda mais essencial, principalmente aquele que negocia volumes relativamente menores e espaçados. 

Mercado Futuro

A curva dos preços futuros na B3 vem mostrando força. Para os contratos mais curtos, este movimento foi mais contido, enquanto para os mais longos a oscilação foi evidente. Outro ponto que merece ser destacado é o número de contratos em aberto. Desde o início do ano, o volume de contratos de boi gordo na B3 ficou 5,2x maior. Para os participantes que buscam operações rápidas (especulador) neste mercado, este aumento é essencial, pois dá liquidez para a entrada e saída de posições.

Número de contratos em aberto no mercado futuro de boi gordo na B3 no final de cada mês de 2019.

*Parcial de out/19 – Fonte: B3 / Elaborado por Radar Investimentos

Para o pecuarista, os ventos também sopram a favor. A dinâmica para hedge via mercado futuro também é beneficiada com o aumento de contratos. Esta modalidade geralmente é adotada pelo pecuarista que possui maior apetite a risco e também dispõe de caixa para a margem de garantia e os ajustes diários.

Olhando para o pecuarista que não tem tanta experiência ou familiaridade com as ferramentas de trava de preço, o seguro de preço mínimo (chamado de put no mercado financeiro) é mais simples, pois funciona como um seguro de um carro e tem sido o “arroz com feijão” para quem não quer ficar exposto.

Análises são da Scot Consultoria e Radar Investimentos

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