Líder no mercado brasileiro de genética bovina, a multinacional de origem canadense Alta Genetics pretende ampliar a capacidade de produção no país até 2020.
Segundo Heverardo Carvalho, presidente da companhia no Brasil, os investimentos devem alcançar R$ 8 milhões. Com os aportes, a capacidade da central de coleta de sêmen da Alta em Uberaba (MG) deverá ser ampliada em 50%, afirmou o executivo. Hoje, a estrutura da empresa é capaz de abrigar 350 touros.
No ano passado, o braço brasileiro da Alta vendeu, pela primeira vez na história, mais de 5 milhões de doses de sêmen bovino no mercado brasileiro – 40% do total foi importado -, e faturou R$ 110 milhões, incremento de quase 20% na comparação com os R$ 92 milhões de 2017. Para 2019, Carvalho prevê comercializar 5,5 milhões de doses e faturar mais de R$ 120 milhões. O preço médio da dose de sêmen é R$ 25.
Conforme Carvalho, o projeto de expansão da Alta, que detém 35% do mercado de inseminação artificial, visa a atender a mudança de perfil da pecuária nacional. Nos últimos anos, os produtores ampliaram o investimento em tecnologia (nutrição animal, genética, entre outros) para produzir mais gado em uma área cada vez menor. Além disso, a mudança no padrão de consumo também leva a mudanças no segmento.
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“Existe um mercado crescente para a carne de melhor qualidade, e essa carne vem indiscutivelmente do cruzamento industrial”, disse Carvalho, mencionando a combinação da raça nelore, mais adaptada ao clima brasileiro, às raças de origem europeia – como a angus.
Para fomentar a produção dos animais de cruzamento industrial – pelos quais os principais frigoríficos pagam bônus aos pecuaristas -, a inseminação artificial é vital. “Para fazer esse cruzamento, tem que usar inseminação porque o touro [físico] não existe ou ficaria infértil ou sub-fértil [no clima tropical]”, afirmou.
Além da crescente demanda, a companhia precisa fazer investimentos para se adequar a uma nova estrutura corporativa. No ano passado, o grupo controlador da Alta, a holandesa Koepon, se fundiu à cooperativa americana CRI.
A união deu origem à Urus, uma das maiores companhias de genética bovina do mundo. No Brasil, o grupo é também dono da Genex. Juntas, as duas empresas controladas pela Urus têm 50% do mercado nacional de genética bovina, afirmou Carvalho. A ampliação da estrutura da empresa em Uberaba vai facilitar a transferência de touros da Genex para a unidade da Alta.
Com faturamento anual de cerca de € 400 milhões e sede nos Estados Unidos, a Urus tem unidades em 15 países e distribuidoras em mais de 70, segundo o executivo brasileiro.