A 1ª etapa (em maio) será destinada aos bovinos e bubalinos até 24 meses, enquanto que a 2ª etapa (em novembro) aos animais de todas as idades.
As informações divulgadas nesta segunda-feira, 07, pelo Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com apoio do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (SINDAN), são de que a campanha de vacinação contra a febre aftosa sofrerá alterações em relação as categorias que deverão ser vacinadas, afim de garantir a disponibilidade de vacina para toda a cadeia produtiva.
A nota informa que, “com objetivo de garantir a oferta oportuna de vacina contra a febre aftosa nas etapas de vacinação de 2022 informamos DSA do Ministério da Agricultura, com apoio do SINDAN, após análise e discussão dos cenários possíveis, definiu pela INVERSÃO das estratégias de vacinação nos estados que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa“.
Dessa forma, os estados que compõe o Bloco IV – BA, DF, ES, GO, MG, MS, MT, RJ, SE, SP e TO – deverão informar, por meio das seus órgãos competentes que a 1ª etapa (em maio) será destinada aos bovinos e bubalinos até 24 meses, enquanto que a 2ª etapa (em novembro) aos animais de todas as idades.
A Febre Aftosa é uma doença de notificação obrigatória conforme o Código Sanitário para Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Instrução Normativa nº 50/2013 do MAPA.
A doença é causada por um vírus altamente contagioso, com impacto econômico significativo, acometendo principalmente os animais de produção como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros animais, em especial os de cascos bipartidos (cascos fendidos). A doença é raramente fatal em animais adultos, mas pode causar mortalidade entre os animais jovens.
De forma concomitante, a Agrodefesa do estado de Goiás, decidiu pela inversão da estratégia de vacinação anti-rábica dos herbívoros nas etapas de 2022 nos municípios considerados de alto risco, conforme Instrução Normativa n° 002/2017.
Em maio o produtor rural deverá imunizar contra raiva os bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos até 12 meses e em novembro os animais de todas as idades. Desta forma, facilita-se o manejo dos animais e evita-se maiores transtornos à classe produtiva pela possível oferta escassa de vacinas no mercado.
Destacamos que a movimentação de animais durante as etapas de vacinação continuará seguindo o regramento disposto no Art. 26° da Instrução Normativa nº 48/2020.
Propriedade adimplente com a etapa de vacinação em curso poderá movimentar normalmente seus animais condicionada à adimplência da propriedade de destino, ou seja, tanto origem quanto destino devem comprovar/declarar a vacinação contra febre aftosa e raiva nos prazos estipulados pela Agrodefesa em portaria específica.
Plano Estratégico do PNEFA 2017-2026
O Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA) tem como objetivo principal “criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e à sociedade brasileira”.
Foi delineado para ser executado em um período de 10 anos, iniciando em 2017 e encerrando em 2026. Está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), convergindo com os esforços para a erradicação da doença na América do Sul.
Um dos seus objetivos é a substituição gradual da vacinação contra a febre aftosa, em todo o território brasileiro, que implica na adoção de diversas ações a serem desenvolvidas em âmbito municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do Serviço Veterinário Oficial (SVO), setor privado, produtores rurais e agentes políticos.
Sinais clínicos
A gravidade dos sinais clínicos depende da cepa envolvida, do grau de exposição, idade e imunidade dos animais infectados. A morbidade pode chegar a 100% da população suscetível, porém a mortalidade costuma ser muito baixa, especialmente em animais adultos.
Os sinais clínicos clássicos são vesículas no focinho, língua, boca, cavidade oral, cascos e tetos. Outros sinais frequentes são: febre, depressão, perda de apetite, perda de peso, queda na produção.
Em bovinos os principais sinais são: vesículas ou suas formas de evolução (íntegras ou rompidas, bolhas, úlceras, cicatrizes) nas mucosas oral (gengivas, pulvino dental, palato, língua) e nasal, focinho, banda coronária, espaço interdigital e glândula mamária. Febre alta, anorexia, enfraquecimento, sialorreia, descarga nasal, claudicação e prostração. Diminuição na produção de leite, malformações de casco, claudicação crônica, mastite, perda de peso. Em animais jovens pode causar mortalidade devido à miocardite. A maioria dos adultos se recupera em 2 a 3 semanas, porém as infecções secundárias podem retardar a recuperação.
Em ovinos e caprinos a doença cursa com sinais leves.
Os suínos geralmente desenvolvem lesões podais severas, levando a descolamento de cascos e dificuldade de locomoção. Lesões de boca são menores e menos aparentes, raramente há salivação. Pode haver e vesículas em focinho e úbere. Em geral, a temperatura é próxima do normal. Leitões jovens podem morrer devido a falha cardíaca.
Por se tratar de uma doença de doença de notificação obrigatória pela OIE, qualquer sinal clínico de doença vesicular deve ser imediatamente notificado ao Serviço Veterinário Oficial de seu estado.
As características e evolução das lesões compatíveis com febre aftosa podem ser verificadas no Guia “Coletânea de imagens”.
Língua de bovino com lesão de dez dias caracterizada por perda das papilas, reentrâncias no local da lesão e proliferação de tecido fibrinoso.
Fonte: Coletânea de imagens. Lesões de Febre Aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigilância de doenças vesiculares. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Lesões de quatro dias. Notar a perda das margens.
Fonte: Coletânea de imagens. Lesões de Febre Aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigilância de doenças vesiculares. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Vesículas rompidas de dois dias na língua, gengiva inferior e lábio inferior de bovino. Notar as bordas evidentes das lesões ulceradas.
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Fonte: Coletânea de imagens. Lesões de Febre Aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigilância de doenças vesiculares. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Lesões de dois dias na boca de bovino. Notar as margens evidentes das lesões e o assoalho vermelho vivo da derme exposta.
Fonte: Coletânea de imagens. Lesões de Febre Aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigilância de doenças vesiculares. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.