A ferramenta da Agtech A de Agro utiliza satélites e inteligência artificial para medição. Confira os municípios.
A empresa Agtech A, especializada no setor agrícola, conduziu uma análise abrangente nas principais regiões produtoras de soja no país. O estudo revela os municípios com maior probabilidade de enfrentar dificuldades na safra 2023/24, bem como aqueles susceptíveis a atrasos no plantio devido a condições climáticas adversas.
Segundo a pesquisa, as áreas localizadas entre o oeste e norte de Mato Grosso, afetadas pela seca agravada pelo fenômeno climático El Niño, estão entre as mais impactadas.
Os municípios identificados como apresentando “risco muito alto” e “risco alto” de quebra representam aproximadamente 28% da produção total de soja em Mato Grosso. Essa situação pode acarretar perdas mínimas de 4% na colheita da oleaginosa durante o período de 2023/24.
Além disso, abrangendo toda a região Centro-Oeste, aproximadamente 10% das áreas enfrentam a possibilidade de atraso no plantio da soja na safra atual.
A A de Agro utiliza uma ferramenta inovadora chamada rural.uno, que se baseia no uso de imagens de satélite e inteligência artificial, conforme destaca o CEO da empresa, Rafael Coelho, em comunicado. Ele explica que o Índice de Quebra (IQ) da Safra de Soja, baseado em um modelo de inteligência artificial em sua versão beta, varia entre 0.0 e 1.0. Quanto mais próximo de 1.0, maior é o risco de quebra.
Dessa maneira, o IQ busca compreender e monitorar o comportamento das plantas e do clima ao longo da safra atual, utilizando eventos anteriores como referência, onde as variáveis ambientais, climáticas e a produção de soja são conhecidas.
Os dados da ferramenta rural.uno indicam que mais de 10% das áreas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás podem enfrentar atrasos no plantio de soja, de acordo com Coelho. Além disso, caso as condições climáticas permaneçam instáveis devido ao El Niño, sem melhorias, há a possibilidade de uma quebra de safra atípica na região Centro-Oeste, especialmente nas áreas do oeste e norte de Mato Grosso, onde as baixas chuvas e altas temperaturas são mais pronunciadas. Apesar desse cenário adverso, algumas áreas no sul de Mato Grosso e Goiás conseguiram reverter a possibilidade de quebra devido à regularização do regime pluviométrico.
Localidades em situação de elevado risco
A rural.uno também apontou os municípios de Mato Grosso com maior propensão a quebras na safra. De acordo com a A de Agro, dez deles apresentam um “risco muito alto” de quebra, enquanto nove estão classificados com “risco alto”.
Os locais com risco muito alto incluem:
- Diamantino
- São José do Xingu
- Comodoro
- Marcelândia
- Confresa
- Matupá
- Vila Bela da Santíssima Trindade
- Peixoto de Azevedo
- Santa Cruz do Xingu
- Terra Nova do Norte
Aqueles com “risco alto” são:
- Campo Novo do Parecis
- Nova Ubiratã
- Nova Mutum
- Lucas do Rio Verde
- Tabaporã
- Água Boa
- Tapurah
- São José do Rio Claro
- Novo São Joaquim
“É uma situação preocupante, pois essas cidades representam aproximadamente 28% da produção de soja do estado”, alerta Coelho.
Ao analisar especificamente essas cidades, a perda estimada pode ultrapassar 4% da produção total de Mato Grosso, correspondendo a cerca de 1,5 milhão de toneladas de soja. Coelho destaca, no entanto, que todas as projeções serão continuamente avaliadas ao longo da safra e dependerão das condições climáticas, podendo variar para cima ou para baixo.
Quanto ao município mais crítico, Diamantino se destaca no levantamento, com uma previsão de perda de cerca de 30%, equivalente a mais de 400 mil toneladas de soja. “Além de Diamantino, temos São José do Xingu (mais de 84 mil toneladas) e Comodoro (62 mil toneladas), respectivamente; seguidas por Marcelândia, Confresa, Matupá, Vila Bela da Santíssima Trindade, Peixoto de Azevedo, Santa Cruz do Xingu e Terra Nova do Norte, todas com perdas entre 21 mil e 59 mil toneladas”, comenta o executivo. “Na prática, essas cidades (excluindo Diamantino) correspondem a uma perda de 385 mil toneladas de soja.”
Redução de 25% na produção de soja
No cenário dos municípios classificados como de “risco alto”, destaca-se Tapurah, que enfrenta a possibilidade de uma significativa quebra de até 25% na safra, pelo menos por enquanto. Esse percentual representa potencialmente 150 mil toneladas de soja.
A seguir, Nova Ubiratã figura na lista, apresentando uma previsão máxima de redução de cerca de 15%, equivalente a mais de 200 mil toneladas de soja.
De acordo com os dados levantados pela A de Agro, os municípios a seguir, por enquanto, apresentam um risco aproximado de 10% para uma quebra máxima:
- Campo Novo do Parecis (mais de 150 mil toneladas de soja);
- Nova Mutum (mais de 130 mil toneladas);
- Lucas do Rio Verde (mais de 75 mil toneladas);
- Tabaporã (mais de 65 mil toneladas);
- Água Boa (mais de 33 mil toneladas);
- São José do Rio Claro (mais de 45 mil toneladas); e
- Novo São Joaquim (mais de 30 mil toneladas).
A ferramenta também identificou, em seu levantamento, os municípios com um “risco médio” de quebra na safra, estando apenas em alerta, sem uma estimativa de perda bruta relevante, todos localizados em Mato Grosso:
- Sorriso
- Querência
- Paranatinga
- Nova Maringá
- Gaúcha do Norte
- Porto dos Gaúchos
- Ipiranga do Norte
- Santa Rita do Trivelato
- Vera
- Feliz Natal
- Bom Jesus do Araguaia
- Santa Carmem
- Itanhangá
- Cláudia
- Santo Antônio do Leste
- Brasnorte
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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