A suspensão temporária das contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas ocorre após aumentos em sequência da taxa básica Selic.
A Secretaria do Tesouro Nacional suspendeu temporariamente as contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas do Plano Safra 2021/22, com a alta da taxa Selic colaborando para esgotar os recursos, informou hoje (07) o Ministério da Economia. O setor agropecuário deve passar por grandes dificuldades após essa medida entrar em vigor, tendo em vista que o momento é de grande necessidade desse apoio para garantir a produtividade e investimentos no setor!
A medida valerá a partir desta segunda-feira e deve se estender até o fim de fevereiro, disse o jornal Valor Econômico, que publicou mais cedo a informação. Confira abaixo as informações completas que foram divulgadas. O comunicado serve de alerta para os produtores que estavam buscando algum tipo de financiamento deste crédito!
De acordo com um ofício encaminhado pelo Ministério da Economia às instituições financeiras na última sexta-feira (4), o dinheiro disponível no orçamento deste ano se tornou insuficiente para a subvenção, especialmente depois dos aumentos consecutivos da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano, que elevaram os gastos do governo com a equalização dos juros nas operações de financiamento.
A medida deve se estender até o fim de fevereiro. “O governo entende a importância dessa questão e está trabalhando na busca pela sua solução”, disse o ministério.
A suspensão temporária das contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas ocorre após aumentos em sequência da taxa básica Selic, que elevaram os gastos do governo com a equalização dos juros nas operações de financiamento. Isso fez com que os recursos para crédito subsidiado se esgotassem mais cedo que o previsto.
Produtores contrataram R$ 159,7 bi em crédito rural no segundo semestre de 2021
De julho a dezembro de 2021, o equivalente a seis meses da Safra 2021/2022, os produtores rurais contrataram R$ 159,7 bilhões em crédito rural, uma elevação de 30% em comparação ao mesmo período da safra anterior.
Para apoio à comercialização, as contratações somaram R$17,3 bilhões (+ 65%); custeio R$ 86,8 bilhões (+29%); investimento R$ 46,7 bilhões (+24%) e a industrialização, R$ 8,8 bilhões (+23%).
Entretanto, o número total de contratos apresentou queda de 7% em relação ao período anterior, sendo que nos investimentos essa redução foi de 15%, conforme levantamento da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A Região Norte, apesar de ter menor representatividade no crédito rural, continua apresentando melhor desempenho nas contratações de crédito rural, com aumento de 30% em número de contratos e 46% no valor contratado. As demais regiões apresentaram decréscimo no número de contratos de investimento.
A participação dos recursos controlados no valor total das liberações foi de 68%, a mesma observada em igual período da safra anterior. Essa participação foi de 50% para os Recursos Obrigatórios e os da Poupança Rural Controlada.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
Os recursos da Poupança Controlada concentraram-se nas finalidades custeio (70%) e investimento (30%), e os da fonte Recursos Obrigatórios foram majoritariamente destinados para custeio (74%) e industrialização (20%).
Em decorrência dos remanejamentos de recursos equalizáveis em dezembro último, houve aumento de R$ 1,72 bilhão na disponibilidade para custeio, sendo R$ 710 milhões para Pronaf, R$ 270 milhões para Pronamp e R$ 741 milhões para Demais Produtores. Em relação aos investimentos, o maior aumento na dotação de recursos ocorreu para os programas ABC (+ R$ 195 milhões) e PCA (+R$ 93 milhões).