Pressão imposta pelos frigoríficos traz um verdadeiro “mix” de preços no mercado do boi gordo e pecuarista entra na briga do “toma lá da cá”, veja!
Em boa parte das praças pecuárias do Braisl o cenário atual é de “toma lá, dá cá”, segundo definição da Scot Consultoria. Ou seja, as indústrias frigoríficas impõem, desde a semana passada, uma pressão baixista sobre os preços da arroba, enquanto os pecuaristas se encolhem, reduzindo ainda mais as ofertas de boiadas gordas.
Ainda segundo o levantamento realizado pela nossa equipe, os preços do boi gordo no Mato Grosso do Sul, tiveram negócios sendo concretizados a valor inferiores a R$ 260,00/@ com pagamento à prazo. Outro estado que preocupa é Rondonópolis, onde a indústria já compra boi de R$ 245,00/@. Até onde vai a pressão das indústrias? Onde chegará o preço da arroba?
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 278,07/@, na terça-feira (24/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 265,94/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 267,01/@.
Ainda segundo a Agrobrazil, foram observadas negociações com preços entre R$ 275,00 a R$ 285,00 por arroba, nas praças paulistas. O cenário não é diferente no preço da arroba no mercado externo, segundo o levantamento o valor recuou novamente e atingiu o preço de US$ 51,77.
Já o Indicador do Cepea, fechou ontem cotado a R$ 286,90@, ou seja, com uma desvalorização superior a 2,5% na comparação dia a dia, refletindo a pressão imposta pelo mercado interno.
Essa baixa disponibilidade de animais terminados, relata a IHS Markit, acaba por limitar a intensidade das baixas nas cotações da arroba entre as praças pecuárias, uma vez que os poucos negócios reportados ainda envolvem pequenos carregamentos de animais.
Segundo a IHS Markit, a maior parte das indústrias frigoríficas prefere cadenciar o fluxo de suas aquisições de gado gordo, testando efetivações de novos negócios a valores mais baixos. “Alguns frigoríficos conseguiram realocar suas escalas de abate e diminuir a necessidade de participar mais ativamente das compras nesta semana”, relata a consultoria.
Giro do Boi pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 281 a arroba, estáveis.
- Em Uberaba, Minas Gerais, o valor foi de R$ 275, também inalterado.
- Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a arroba também estabilizou em R$ 270 a arroba.
- Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 270 a arroba, ante R$ 272 na segunda-feira, 23.
- Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 266 a contra R$ 267 a arroba.
Exportações
Em relação às exportações, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontaram que, no acumulado das três primeiras semanas de novembro (14 dias uteis), o Brasil registrou um fluxo médio de embarque de 8,51 mil toneladas/dia de carne bovina in natura, desempenho 9,4% superior ao volume médio de novembro de 2019. “Caso o fluxo persista, ao final do mês, serão 170 mil toneladas exportadas, cerca de 10% superior ao mesmo mês de 2019”, prevê a IHS Markit.
Preocupação
No entanto, observa a Scot, as compras de boiadas tem fluído o suficiente para atender as escalas de abate da maioria das indústrias, que têm sido manejadas de acordo com a oferta e a demanda de reabastecimento da carne bovina no mercado atacadista.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços seguem acomodados. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por reajustes no curto prazo, uma vez que a demanda doméstica está cada vez mais próxima do seu ápice.
“Somado a isso temos o excelente ritmo de embarques, com a China ainda absorvendo volumes expressivos de proteína animal brasileira. Este é um dos principais diferenciais para o setor carnes no ano corrente”, reforça o analista.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 16,30 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 15,70 o quilo.