Seca, alta do consumo interno e das exportações contribuem para cenário sombrio; Pode faltar milho para a alimentação dos animais de produção, alerta aos pecuaristas!
Motivado por um cenário de preços remuneradores, o produtor de milho do Brasil arriscou plantar boa parte da segunda safra 2020/21 fora do período ideal e ampliou o cultivo, mas agora depara com uma seca que pode levar a indústria de carnes a reviver a aflição da última grande quebra ocorrida em 2016.
De 2020 para 2021, houve um aumento de área plantada de 6%, o que sinalizava um aumento de produção em janeiro de 3,2%. Mas, já em abril houve uma queda de 3,7%. Já em maio explodiu: queda de 19,6%!
Naquele ano, em 2016, as margens dos frigoríficos ficaram apertadas, algumas companhias tiveram resultados menores pelos preços altos dos insumos, os consumidores sofreram, e as importações do milho dispararam para um nível não visto em duas décadas, pelo menos.
Embora o setor de carnes afirme estar mais preparado do que em 2016 para enfrentar a escalada do preço do insumo mais importante da ração, principalmente de aves e suínos, do ponto de vista agrícola há grandes semelhanças entre o ciclo atual e a “safrinha” de 2015/16: um plantio atrasado e uma forte estiagem durante o mês de abril, segundo especialistas.
A segunda e maior safra do cereal do país começou nesta temporada estimada em 90 milhões de toneladas e, atualmente, a projeção já baixou para 72,8 milhões, disse a analista da Céleres Daniely Santos, citando a falta de chuvas em importantes regiões produtoras. Em 2015/16, a redução anual da colheita foi de 15 milhões de toneladas, segundo a consultoria.
Áreas mais críticas?
Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde se registraram as maiores quebras, chegando quase a 30%. Mato Grosso, fica nos 14%. “Rondônia salvou a pátria? Em termos, em função da produção pequena, que teve aumento em torno de 6%”.
“Mas o grande ponto para a safra 2020/21 é que estamos com uma expectativa de quebra de safra e estamos com demanda muito aquecida tanto no mercado interno quanto externo”, ressaltou.
Atualmente, a oferta total de milho é estimada pela Céleres em 113,3 milhões de toneladas, bem acima dos 86,9 milhões de 2015/16. No entanto, o consumo doméstico avançou 23,8% no período, para 74,4 milhões, e as exportações podem crescer quase 70% ante aquele ano, caso novas perdas na lavoura não sejam registradas, para 32 milhões de toneladas.
Com isso, o estoque final desta safra deve ficar em 6,9 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas abaixo das reservas finais de 2016. “Em termos de estoque/consumo, este é o menor patamar desde 1997”, pontuou Daniely.
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Em resumo, vamos ter falta de milho este ano. O produtor que estiver planejando usar o milho tem que correr, comprar logo! O pecuarista não pode perder de vista que nas águas a pastagem produz 70% da massa do ano. E na seca? Só 30%.
O outro alerta é para o pecuarista que pretende usar milho no confinamento ou semi-confinamento, este tem que correr e comprar logo. Ou buscar um plano B, como sorgo ou DDG e WDG, uma alternativa bastante interessante para se trabalhar.