A redução da colheita da oleaginosa foi explicada pela quebra de safra, afetada principalmente pela seca que atingiu a região Sul, na virada de 2021 para 2022.
Apesar do mau desempenho no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, com queda de 0,9% ante os três últimos meses de 2021 e tombo de 8% sobre o primeiro trimestre do ano passado, a agropecuária puxou as exportações, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda na atividade agropecuária foi explicada pela quebra na safra de soja, afetada, principalmente, pela seca que atingiu a região Sul durante o verão, na virada de 2021 para 2022. Tanto que o tombo de 8% ante o primeiro trimestre de 2021 foi o pior desempenho para primeiros trimestres, na comparação interanual, desde os três primeiros meses de 2012, quando a queda foi de 11,2% ante o primeiro trimestre de 2011.
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, apesar da queda na produção, o que foi colhido foi direcionado para as exportações. O mesmo ocorreu com a produção de carne. Por isso, mesmo com o desempenho pior do que um ano antes, a agropecuária contribuiu para o crescimento das exportações – de 8,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2021 e de 5% ante os três últimos meses do ano passado.
Impulso nas exportações
O crescimento na comparação como trimestre imediatamente anterior é facilmente explicado, também, pelo fato de que, no fim do ano, não há colheita da soja, a principal cultura agrícola nacional. Ou seja, mesmo que o desempenho da atual safra de soja tenha sido pior do que a anterior, há impulso positivo nas exportações.
Já o crescimento na comparação com os três primeiros meses de 2021 tem uma particularidade, lembrou Rebeca Palis. Na safra 2020/2021, a demora no início das chuvas na primavera levou a um atraso no plantio da soja, atrasando também, evidentemente, a colheita. Com isso, em 2021, houve uma concentração atípica de exportações de grãos no segundo trimestre.
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Neste ano, a “soja foi exportada no período mais usual”, disse Palis, contribuindo para o forte crescimento das exportações no PIB, ainda mais que a base de comparação do primeiro trimestre de 2021 foi atipicamente baixa, por causa do deslocamento para o segundo trimestre.
“Mesmo com a queda na produção, soja foi exportada no período mais usual, o que favoreceu a alta interanual. Na comparação com ajuste (sazonal, ante o quarto trimestre de 2021), mesmo com a safra menor, estamos comparando com período que não tem safra”, resumiu a coordenadora do IBGE.