Agro brasileiro será decisivo na retomada do crescimento

Segundo Xico Graziano, a agropecuária será a base da retomada do crescimento econômico; país ultrapassará EUA na produção de soja

“Em março de 2020, o agronegócio respondeu por 48,3% das exportações brasileiras. Na média do primeiro trimestre deste ano, a fatia do agro corresponde a 43,2% das vendas totais ao exterior. Conclusão: vêm da roça os dólares que pagam as importações do país”, diz Xico Graziano. Nessa inundação de notícia ruim, 2 boas notícias chegam da agricultura brasileira:

  • A Conab confirmou que o país colherá a maior safra de sua história: 251,8 milhões de toneladas de grãos;
  • As exportações agrícolas em março de 2020 cresceram 13,3%, comparadas com março de 2019.

É incrível. O Brasil ultrapassará os Estados Unidos na produção de soja, com estimados 122 milhões de toneladas. No milho, será superada a barreira dos 100 milhões de toneladas. Ambos os feitos era inimagináveis até há pouco tempo.

Quem mais cresceu, porém, foi a produção de amendoim: 25%. Os principais alimentos básicos também subiram: trigo (5,4%), feijão (3,3%) e arroz (1,2%) asseguram o abastecimento interno. Caminha-se para a frente no campo.

Alimento garantido no prato é a maior virtude da agropecuária brasileira. Além dos cereais, os brasileiros são abastecidos com carnes (bovina, suína e aves), ovos, leite, frutas, hortaliças, óleos, peixes. Nesses ramos, predominam gêneros verde-amarelos. Nas incertezas da crise, temos a segurança alimentar.

O mundo está comprando, cada vez mais, gêneros alimentícios do Brasil. Mesmo enfrentando a pandemia do coronavírus, ou talvez por isso mesmo, verifica-se aumento da demanda externa e interesse em novos acordos comerciais.

Somente neste março de 2020, 8 países fecharam entendimentos para acesso aos produtos brasileiros. Destacam-se:

  • Egito: certificou mais 27 frigoríficos de abate de frangos e miúdos de bovinos;
  • China: liberou 8 plantas de processamento de peixes (tilápia);
  • Indonésia: vai comprar 20 mil toneladas de carne bovina;
  • Emirados Árabes: quer importar ovos galados (fertilizados), para aprimorar a genética de suas aves;
  • Kwait: retirou barreiras da carne bovina;
  • Argentina: vai importar embriões bovinos, sêmen suíno e, pasmem, carne de rã.

Prestem atenção nesse número: em março de 2020, o agronegócio respondeu por 48,3% das exportações brasileiras. Na média do primeiro trimestre deste ano, a fatia do agro corresponde a 43,2% das vendas totais ao exterior. Conclusão: vêm da roça os dólares que pagam as importações do país.

Em 2019, dos 10 produtos mais exportados pelo Brasil, 7 brotaram do campo. Confira a lista e sua grandeza (valor em dólares):

  • Soja (26 bilhões)
  • Petróleo (24 bilhões)
  • Minério de ferro (22,2 bilhões)
  • Celulose (7,5 bilhões)
  • Milho (7,4 bilhões)
  • Carne bovina (6,5 bilhões)
  • Carne de frango (6,3 bilhões)
  • Manufaturados (5,9 bilhões)
  • Farelo de soja (5,8 bilhões)
  • Café (5,1 bilhões).

Poucos economistas, e quase nenhum jornalista, sabem dessa força do agro nacional na balança comercial. Vejam o surpreendente caso do milho. O Brasil se tornou, em 2019, o maior exportador mundial desse cereal. O grão amarelo, que vai virar ração de animais mundo afora, a começar pelo Japão, rende sozinho mais divisas que todos os bens industriais exportados pelo país.

A crise global, que será drástica, acirrou o temor das nações em ver suas prateleiras vazias no futuro próximo. Faltar comida na mesa é sinônimo de fracasso econômico. E derrota política na certa. Procurando saídas, procuram o Brasil para assegurar seu abastecimento alimentar.

No Brasil, fica cada vez mais claro: quando passar o pior dessa tragédia, a agropecuária será a base da retomada do crescimento econômico. Nas cadeias produtivas do agronegócio reside a melhor possibilidade de movimentar a economia, gerando empregos e renda pelo país afora.

Nenhum vírus consegue parar a agricultura brasileira.

Via Poder360

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