A projeção para a safra global de grãos em 2022/23 é de 2,256 bilhões de toneladas, sendo que o Brasil deve produzir cerca de 313 milhões de toneladas!
Na última semana, o Conselho Internacional de Grãos (CIG) indicou projeção para a safra global de grãos em 2022/23 em 2,256 bilhões de toneladas. Para o Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que a produção brasileira de grãos pode atingir 312,4 milhões de toneladas na safra 2022/23. Dessa forma, o agro brasileiro é responsável por quase 14% de toda a safra mundial de grãos, deixando o país com grande responsabilidade frente a segurança alimentar!
Se confirmado, o volume da safra brasileira irá superar em 41,5 milhões de toneladas o recorde obtido na temporada recentemente finalizada, quando foram colhidos 270,9 milhões de toneladas. Já a safra mundial 2021/22 teve sua estimativa em 2,29 bilhões de toneladas. Conforme o CIG, a safra mundial de milho em 2022/23 deverá totalizar 1,166 bilhão de toneladas, contra 1,168 bilhão em setembro. Para a temporada 2021/22, a previsão foi de 1,217 bilhão de toneladas.
A produção de trigo é estimada em 792 milhões de toneladas, mesmo volume de setembro. Para a temporada anterior, o Conselho projetou 782 milhões de toneladas. Para a soja, o CIG estima a safra 22/23 em 386 milhões de toneladas, contra 387 milhões de toneladas no relatório passado e acima das 355 milhões da safra passada.
A safra de arroz foi indicada em 505 milhões de toneladas para 2022/23, abaixo das 508 milhões do mês passado. A estimativa para 2021/22 ficou em 516 milhões de toneladas.
Safra recorde do Brasil e seus impactos
De acordo com o documento, a área destinada para o plantio apresenta um crescimento de 2,9% em relação ao ciclo 2021/22, sendo estimada em 76,6 milhões de hectares. “Vale ressaltar que no Brasil, considerando a sua vasta extensão territorial, há o cultivo de três safras em períodos distintos. Assim, para todas as culturas são utilizados, aproximadamente, 52,6 milhões de hectares”, reforça o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
Dentre os produtos, destaque para soja e milho que juntos devem registrar uma produção de 279,3 milhões de toneladas. No caso da soja, os agricultores brasileiros devem destinar uma área de 42,89 milhões de hectares, um crescimento de 3,4% se comparada com a safra passada.
A semeadura do grão ocorre dentro da janela nos principais estados produtores e chega a 4,6% da área, com o maior índice registrado no Paraná (9%), seguido de Mato Grosso (8,9%) e de Mato Grosso do Sul (6%). Com o avanço da área, a estimativa da Conab para a produção da oleaginosa é de 152,4 milhões de toneladas.
Para o milho 1ª safra, é esperada uma redução de 1,5% na área a ser cultivada, devido à elevação dos custos bem como a uma migração para cultivos mais rentáveis. O plantio está avançado no Sul do país, onde as precipitações frequentes e bem distribuídas favorecem o seu desenvolvimento inicial, apesar das baixas temperaturas registradas que retardaram a emergência em algumas regiões.
“Nos três estados do Sul, onde a semeadura já está avançada, os produtores estão atentos para possível incidência de ataques de cigarrinha, principalmente com o aumento das temperaturas nos próximos meses”, comenta a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos.
Mesmo com a menor área, é esperado que a colheita do cereal na primeira safra apresente um aumento de 14,6%, sendo estimada em 28,69 milhões de toneladas. O bom resultado se deve a expectativa de recuperação da produtividade no atual ciclo. Somando as três safras do cereal em toda a temporada 2022/23, a Conab estima uma produção de 126,9 milhões de toneladas.
Importantes produtos para o mercado interno, arroz e feijão também tendem a apresentar queda na área plantada. Ainda assim, a estimativa é de uma produção de arroz em 10,8 milhões de toneladas, enquanto a da leguminosa deve atingir 2,96 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no país.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
“O feijão é uma cultura de ciclo curto, o que apresenta uma vantagem para o produtor que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil possui três épocas distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao longo do ano”, destaca o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Para o algodão, a expectativa é que sejam destinados 1,63 milhão de hectares para o cultivo da fibra, crescimento de 1,9% da área semeada na safra 2022/23 quando comparada com a safra anterior, resultando em uma produção da pluma de 2,92 milhões de toneladas.
Para as culturas de inverno, as lavouras se encontram em fase de colheita ou estágio avançado de desenvolvimento. Principal produto semeado, o trigo já está colhido em 22,4% da área plantada no país. Com expectativa de um novo recorde, a Conab projeta a produção do cereal em 9,4 milhões de toneladas, volume 22% maior que na safra anterior.