Aquecimento dos negócios neste início de ano leva organizadores a prever faturamento de R$ 3 bilhões.
Os organizadores da 26ª Agrishow esperam um faturamento recorde – próximo de R$ 3 bilhões – na edição deste ano. No ano passado, a feira movimentou R$ 2,7 bilhões, o melhor número de sua história. Agora, a previsão é de crescimento de 8% a 10%.
Todas as marcas ouvidas pela GLOBO RURAL apostam em crescimento de vendas na Agrishow, amparadas pelos bons resultados obtidos nas primeiras feiras do ano, a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), e a Expodireto, em Não-Me-Toque (RS).
Rodrigo Bonato, da John Deere, diz que as vendas da marca nas primeiras feiras cresceram 20% na comparação com o ano passado. Alexandre Blasi, da New Holland, aposta em um aumento na Agrishow entre 10% e 15%.
Outra novidade da Agrishow deste ano que deve atrair o público é a plantadeira dobrável Momentum, da AGCO, que terá versões de 24, 30 e 40 linhas e caixa de armazenamento de 5.130 litros de sementes – entre as maiores da categoria. Dobrada, a máquina de 18 metros de largura passa a medir 3,6 metros, sem necessidade de ser desmontada para transporte.
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“A plantadeira diminui em quase quatro vezes seu tamanho em apenas um minuto e meio”, diz José Caramante, diretor comercial da Valtra. Se for necessário transportar a Momentum em rodovia utilizando caminhões-prancha, basta remover dois rodados da máquina, segundo Alfredo Jobke, diretor de marketing da AGCO América do Sul. A plantadeira, acoplada a um trator, será dobrada em várias apresentações durante a feira.
José Caramante, da Valtra, não cita percentual, mas prevê vendas melhores que as de 2018, “porque as principais culturas estão em patamar de lucro”.
Silvio Campos, diretor de marketing de produto da Case IH, também está otimista. “Diferentemente dos anos anteriores, quando havia um clima de instabilidade, os fundamentos do agronegócio estão bem sólidos, com preços bons de commodities e boa produtividade.”
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A questão que preocupa os fabricantes de máquinas são as incertezas em relação ao crédito subsidiado. O diretor de marketing da Case diz temer a falta de dinheiro para investimento, mas prefere apostar que o governo vai entender às necessidades do setor. “Aportar mais recursos para seguro não é errado, mas o setor privado não pode absorver todas as necessidades de crédito rural. Captar dinheiro no Brasil é muito caro. Com Selic a 6,5%, os juros chegam ao fim da captação financeira perto de 20% ao ano. Com esses valores, o agronegócio não se sustenta.”
Para Alexandre, da New Holland, o agronegócio foi o motor da retomada do crescimento do PIB brasileiro e, se houver mudanças, elas precisam ser bem debatidas e implementadas aos poucos. Ele ressalta que as maiores economias agrícolas do mundo, como Estados Unidos, Rússia e China, contam com subsídios maiores que os do Brasil.
Já Rodrigo Bonato, da John Deere, acredita que, se houver um tempo de transição entre o modelo atual e o que está em estudo pelo governo, a aposta maior em seguro rural pode ser boa para o setor. “Com a conectividade, o produtor pode liberar seus dados para a seguradora e reduzir o valor a ser pago. Produtores com boas práticas também podem ter juros menores liberando seus dados para análise de risco dos bancos.”