Organização diz que evento, marcado para o final de junho, só poderá ocorrer quando Ribeirão Preto estiver na fase azul do Plano São Paulo.
A organização da Agrishow deve anunciar na próxima semana o adiamento ou cancelamento da 27ª edição da feira, que estava prevista para ser realizada entre os dias 21 e 25 de junho, em Ribeirão Preto (SP). Considerada a maior feira de tecnologia agrícola a céu aberto da América Latina, a Agrishow não foi realizada no ano passado e, neste ano, é a única entre os grandes eventos do setor no primeiro semestre que ainda não foi cancelada oficialmente.
O presidente da feira, Francisco Matturro, disse, na quarta-feira (28/4), que a Agrishow só poderá ser realizada quando Ribeirão Preto estiver na fase azul do Plano São Paulo, que permite a realização de eventos com número maior de pessoas . Atualmente, o Estado está na fase de transição entre a vermelha (a mais restritiva) e a amarela. A fase azul é a menos restritiva.
Segundo Matturro, foi feita uma pesquisa com os expositores para saber se pretende participar do evento e qual data preferem, mas os dados ainda não foram compilados. A possibilidade de adiar a dados, que já foi alterada porque a feira acontece tradicionalmente no início de maio, depende também do clima. “Como a feira é realizada a céu aberto, precisa contar com o tempo seco”, explica. Segundo ele, a montagem da feira demanda pelo menos um mês de trabalho.
Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), diz que Agrishow não deve acontecer este ano novamente, em razão da falta de segurança sanitária para a realização da feira presencial. A opinião é compartilhada por executivos das grandes empresas de máquinas. Desde o início do ano, as maiores montadoras do setor como Case IH, New Holland, Valtra, Massey, John Deere e Jacto anunciaram que não iriam participar de feiras agrícolas neste ano, porque a pandemia da Covid-19 não permite aglomerações.
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Para o presidente da Abimaq, José Velloso, as feiras presenciais são uma oportunidade para os produtores testarem novas tecnologias, conhecerem de perto as máquinas e interagirem com os fabricantes, além de terem a possibilidade de disponibilidades especiais de financiamentos. No entanto, ele avalia que, devido ao ritmo de vendas do mercado de máquinas e implementos agrícolas no momento, não é uma necessidade para a indústria fechar negócios negócios. Por isso, o cancelamento da Agrishow não impactaria negativamente nos resultados das empresas até o final do ano.
“O impacto vai ser pequeno porque estamos com 11 semanas na carteira de pedidos. O mercado está muito aquecido. No ano passado, nossa carteira caiu para cinco semanas. A feira faz muita diferença quando a indústria não está vendendo, daí tem que fazer um esforço para vender, o que não é o caso este ano ”, disse Bastos.
Fonte: Globo Rural