A agricultura não se resume a uma única abordagem uniforme; ao contrário, ela engloba uma diversidade de métodos, técnicas e práticas para o plantio, cuidado e cultivo de alimentos.
Cada uma dessas metodologias de cultivo possui suas particularidades distintas, e é essencial compreender suas características individuais e como estão atualmente sendo empregadas.
Agricultura Orgânica
Conforme destacado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a agricultura orgânica se caracteriza pela eliminação do uso de insumos sintéticos, tais como fertilizantes, pesticidas artificiais, medicamentos veterinários, sementes geneticamente modificadas, conservantes e irradiação.
Em seu lugar, adota-se um conjunto de práticas de gestão específicas ao local, visando a manutenção e o aumento da fertilidade do solo a longo prazo, além de prevenir pragas e doenças.
O Decreto 6323, emitido em 27 de dezembro de 2007, instituiu o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, uma entidade encarregada de supervisionar e regulamentar a produção e o comércio de produtos orgânicos, de acordo com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Em várias nações, a agricultura orgânica é adotada como um método para aprimorar a segurança alimentar das famílias ou para reduzir os custos associados aos insumos agrícolas.
Agricultura Intensiva
A agricultura intensiva é notável por sua adoção de tecnologias avançadas e insumos agrícolas. Nas propriedades que seguem esse sistema, é comum observar a utilização de equipamentos modernos, o cultivo de sementes geneticamente modificadas e a aplicação de fertilizantes químicos e agrodefensivos para um controle rigoroso de pragas e doenças.
Essa abordagem é conhecida por alcançar uma produtividade notável, possibilitando ao agricultor obter rendimentos satisfatórios em uma área de terra relativamente compacta.
Contudo, a modernização das operações agrícolas é dispendiosa. A agricultura intensiva requer um substancial investimento de capital e a disponibilidade de mão de obra altamente treinada.
Agricultura Extensiva
Ao contrário de seu, contraparte, a agricultura extensiva não dá prioridade a tecnologias avançadas ou insumos sintéticos em suas operações agrícolas.
Essa prática se caracteriza pela adoção de métodos mais tradicionais de cultivo, empregando técnicas manuais e mantendo um baixo investimento em mão de obra externa.
Nesse processo, a produção fica mais sujeita às condições naturais da região, o que pode gerar preocupações para o produtor em relação às chuvas e às variações climáticas na área de cultivo.
A agricultura extensiva requer uma área de cultivo maior para ser rentável, mas destaca-se por seu menor impacto ambiental e pela preservação da biodiversidade local.
Confira as diferenças da agricultura intensiva e extensiva
Tecnologia Utilizada:
Na agricultura intensiva, é amplamente empregada a tecnologia com o objetivo de aumentar a produtividade. Isso envolve o uso de sementes geneticamente modificadas, fertilizantes avançados e outras práticas de alta tecnologia, como irrigação e mecanização. Em contraste, na agricultura extensiva, são utilizadas ferramentas mais simples e uma maior quantidade de mão de obra humana. A mecanização é limitada ou quase inexistente.
Investimentos necessários:
A agricultura intensiva requer investimentos substanciais em recursos tecnológicos e insumos. Esses custos são justificados pela alta produtividade obtida. Por outro lado, a agricultura extensiva, muitas vezes praticada em pequenas propriedades familiares, não dispõe dos recursos para adotar tecnologias avançadas.
Mão de obra:
A agricultura intensiva emprega mão de obra qualificada, com muitos trabalhadores envolvidos na operação e manutenção de máquinas. Isso resulta em uma demanda por trabalhadores especializados no campo, o que pode ser escasso, já que muitos buscam oportunidades em áreas urbanas. Na agricultura extensiva, a mão de obra é menos qualificada, e o trabalho manual é mais predominante, dada a baixa mecanização.
Produtividade:
A agricultura intensiva, devido à combinação de tecnologia avançada e mão de obra especializada, alcança níveis elevados de produtividade, sendo esse o seu principal objetivo. A agricultura extensiva, devido à falta de investimentos em tecnologia e à baixa qualificação da mão de obra, geralmente não consegue se equiparar à produtividade da agricultura intensiva.
Uso da terra:
A agricultura intensiva utiliza quase toda a terra disponível na propriedade, otimizando o espaço com técnicas e maquinaria avançadas. Por outro lado, a agricultura extensiva possui uma grande quantidade de terra, mas a utiliza de forma menos eficiente, o que resulta em uma produção proporcionalmente menor.
Ambas as modalidades, agricultura intensiva e extensiva, desempenham papéis essenciais na produção de alimentos. A agricultura intensiva atende à demanda global por alimentos, enquanto a agricultura extensiva é mais comum em áreas onde os recursos para investir em tecnologia são limitados. Ambas permitem que os produtores busquem a sustentabilidade e utilizem a tecnologia de acordo com suas condições e necessidades.
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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