Agricultura empresarial garante R$ 400,59 bilhões no Plano Safra 2024/2025

Ministro Carlos Fávaro diz que não está “participando de concurso de simpatia” e Lula afirma que “está feliz” com o Plano Safra 2024/2025.

O Plano Safra 2024/2025, que começou no dia 1º de julho, terá R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial, um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior.  Mas a oferta total de crédito será de R$ 508,59 bilhões, somando R$ 108 bilhões de recursos direcionados de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPRs).

Do volume, a maior parte será para custeio e comercialização e soma R$ 293,29 bilhões, valor 8% superior à safra passada (R$ 272,12 bi) . Outros R$ 107,3 bilhões são para investimentos e representam um volume 16,5% maior (R$ 92,10 bi). 

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As taxas de juros ficam entre 7% ao ano e 12% ao ano entre as linhas de custeio e investimento. O maior patamar é de 12% para custeio empresarial, enquanto o menor nível de juros é de 7% para o Renovagro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) Ambiental e de Conversão de pastagens. Para as linhas de investimentos, as taxas de juros variam entre 7% e 11,5% ao ano.

Do total de recursos para agricultura empresarial, R$ 211,5 bilhões serão destinados a taxas livres e R$ 189,09 bilhões serão destinados a taxas controladas. Na safra passada, recursos livres somavam R$ 177,80 bilhões e controlados R$ 186,42 bilhões.

O Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor) terá R$ 65,23 bilhões de recursos controlados com juros de 8% ao ano, frente aos R$ 61,14 bilhões disponibilizados na temporada passada.

“Não estamos aqui participando de concurso de simpatia”, diz Fávaro

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, foi o primeiro a falar no anúncio do Plano Safra da Agricultura empresarial, nesta quarta-feira, 03. Após fazer um balanço das conquistas da pasta, Fávaro disse que o governo vai seguir trabalhando para o agro continuar forte.

“As pessoas podem até não gostar de nós, mas não estamos aqui participando de concurso de simpatia; estamos trabalhando para o agro continuar forte”, disse. As declarações de Fávaro ocorrem em meio às críticas crescentes do setor produtivo com políticas do governo brasileiro e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Já o presidente Lula disse que os maiores Planos Safra do país foram firmados nos governos do PT e que está feliz com o Plano Safra 2024/2025.

“Nunca pedi a nenhum empresário agradecimento, porque eu sei a importância da agricultura brasileira”, afirmou. Lula alfinetou dizendo que é por isso que os governos do PT fazem um Plano Safra melhor do que “aquele que diz gostar” do setor – uma referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também disse que nunca perguntará a um empresário se ele gosta ou votou nele, reiterando que governa independentemente de ideologia.

Bancada do agro não participa de anúncio do Plano Safra

Maior bancada do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Agropecuária não compareceu ao lançamento do Plano Safra 2024/25 empresarial no Palácio do Planalto. Desde o início do governo Lula, a frente se opõe ao Executivo em repetidas ocasiões relacionadas a políticas agrícolas. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR) disse nesta terça, 02, que não aceitaria um Plano Safra sem seguro rural.

Mesmo na ausência de representantes da bancada, a FPA foi citada e elogiada em discursos dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Fazenda, Fernando Haddad.

Reforço no crédito para Armazenagem e Moderfrota 

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) terá R$ 4,5 bilhões em recursos e taxas de juros de 8,5% ao ano neste Plano Safra 24/25.  O PCA para silos terá R$ 3,3 bilhões.

Para compra de máquinas agrícolas, o governo federal está anunciando R$ 9,5 bilhões em recursos programados, com taxa de juros de até 11,5% ao ano no Moderfrota empresarial. Já no Moderfrota Pronamp, os recursos somam R$ 2,8 bilhões com juros de 10,5% ao ano.

Produtores do RS terão R$ 210,9 milhões para seguro rural

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que, apesar do Plano Safra 2024/25 ser um “super plano”, há produtores que demandam atenção especial e citou a situação do Rio Grande do Sul, assolado por chuvas e inundações, que demanda mais recursos para seguro rural. Ele anunciou que os produtores do Estado terão R$ 210,9 milhões em orçamento extraordinário para seguro rural.

“O Rio Grande do Sul era o Estado que mais demandava recursos para o seguro rural e agora precisa ainda mais”, pontuou. O reforço para a cobertura do seguro rural no Rio Grande do Sul vai permitir a expansão da cobertura de 2 mil para 28 mil produtores – o valor segurado passará de R$ 5,5 bilhões para R$ 11 bilhões.

Fávaro ainda observou que a tendência é de que os volumes destinados ao seguro rural cresçam, o que também seria uma resposta às mudanças climáticas. Ele disse que fica feliz quando vê a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tentando aumentar os recursos para o seguro rural e que deve haver incrementos na rubrica no Orçamento de 2025, atendendo à determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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