Mapeamento prévio dos arrozais e aplicações de nutrientes com taxa variável gera uniformidade da planta e economia de até 20% de insumos
No campo, o trabalho não para. O tempo colaborou, a colheita de arroz segue em ritmo acelerado e se encaminha para a reta final, com mais de 70% da produção colhida. Em 8 de abril, a produtividade média no Rio Grande do Sul, era de 8.946 kg/hectare, segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). Por outro lado, nas áreas em que a colheita foi finalizada e o campo está liberado, já começa a movimentação de manejo do solo para o ciclo 2021/22.
Os arrozais vêm registrando aumento na produtividade e, consequentemente, da rentabilidade, graças à Agricultura de Precisão (AP). A tecnologia auxilia no mapeamento completo da fertilidade do solo e a prescrição de corretivos e fertilizantes, em doses variadas e de acordo com a necessidade de cada área de uma mesma propriedade, sem excessos.
Na agricultura arrozeira convencional, a aplicação padrão é, em média, de 200 quilos de adubos por hectare. Mas essa quantidade pode ser muito menor, segundo Alex Kologeski, diretor e responsável técnico da Agroplantas. “A agricultura de precisão calcula os macros e micronutrientes do solo, detectando a deficiência de nutrientes como potássio, nitrogênio e o calcário. A partir daí, podemos dizer que a adubação é feita ‘metro a metro’, tem locais precisam de menor quantidade de adubo e, às vezes, o produtor está botando fora porque nem precisa, isso varia muito”, explica o especialista. “O resultado final será uma uniformidade das plantas em toda a lavoura com menos gastos”.
Em Barra do Ribeiro (RS), Felipe Schonhofen comemora os ótimos resultados da atual safra, na área de 900 hectares. “Esse ano foi fantástico, está sendo um divisor de águas na propriedade. Nós seguimos à risca todas as orientações, fizemos aplicação de nitrogênio e potássio com taxa variável. A produção média passou de 7,5 toneladas para 13 toneladas por hectare, a gente não imaginava que ia melhorar tão rápido”, afirma o produtor rural, que é da quarta geração de uma família de arrozeiros e já faz projeções para o próximo ciclo. “Identificamos que algumas áreas têm problema de fósforo, então vamos corrigir isso com a AP e aplicar calcário. Não é em um ano só que se faz tudo, até porque onera e o solo também não absorve. Demos os primeiros passos, à medida que vai passando o tempo vamos conseguindo homogenizar a lavoura, minimizar mais os custos e termos uma produção excelente, é o que a gente quer”.
O primeiro passo é a delimitação da área da lavoura, para um mapeamento virtual, com a utilização de equipamentos como GPS e softwares de Sistema de Informação Geográfica (GIS, na sigla em inglês). A partir daí, é planejada coleta de dados no campo. São 15 coletas a cada dois hectares, o que, em grandes áreas, resulta em milhares de amostras e subamostras, que posteriormente, serão analisadas em laboratório.
A Agroplantas trabalha com coleta de amostras mecanizada. “No serviço de AP, com equipamento mecanizado, a principal vantagem é que o hidráulico não cansa. Se ele está configurado para retirar amostras a 20 centímetros de profundidade, a uniformidade da amostragem está garantida em todos os pontos. Por outro lado, ninguém duvida que uma amostragem manual, também pode ser bem feita. Mas um operador trabalhando o dia inteiro no sol, fazendo furos com pá, por mais que seja bem treinado, talvez os 20 centímetros virem 19, 18 ou até 15 no fim de um dia”, analisa Márcio Albuquerque, diretor da Falker Automação Agrícola, empresa que produz equipamentos para o setor.
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Além do arroz, a equipe da Agroplantas Engenharia & Agronegócio monta projetos completos de AP para outras lavouras, como soja e milho. Todo o trabalho é executado via georreferenciamento, uma demarcação precisa, realizada através de coordenadas geográficas, que são confirmadas pelas Redes Geodésicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A partir das amostragens e do resultado das análises do solo, fazemos um mapeamento e o nosso cliente sabe exatamente onde ele vai aplicar 1 quilo e o lugar em que será preciso aplicar 100 quilos de adubo, por exemplo. Com menos adubação, a economia com insumos pode chegar a 20 por cento e ainda vai resultar em padronização da lavoura, com alta qualidade. Ele sabe que nesse metro ele vai colher 1kg e naquele outro mais adiante, também” complementa Alex.