As manifestações começaram ontem com o bloqueio de diversas vias em todo o país. Os protestos dos agricultores portugueses giram em torno de melhores remunerações e subsídios, demandas que ecoam em outros países europeus; veja
Produtores rurais portugueses bloquearam diversas vias em todo o país, de Norte a Sul, nesta sexta-feira, utilizando centenas de tratores como forma de protesto. As manifestações, que ocorrem em locais como Coimbra, Alcochete e Vila Franca de Xira, ainda não chegaram à capital, Lisboa. Este movimento é parte de uma onda de protestos que se alastrou pela Europa, inicialmente na Bélgica e na França.
As reivindicações dos agricultores portugueses giram em torno de melhores remunerações e subsídios, demandas que ecoam em outros países europeus. As paralisações nas estradas começaram ontem, mas deram uma pausa durante a noite após anúncios rápidos do governo português em apoio à agricultura. O protesto é organizado pelo Movimento Civil de Agricultores.
Em 2023, milhares de produtores já haviam se mobilizado por meio da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) devido a uma decisão que regionalizava políticas agrícolas, desenvolvimento rural e pesca, resultando em descontentamento no setor. Um ano depois, a situação se agrava com um corte de 35% nos subsídios aos agricultores, causado pela decisão do governo de converter apenas 10 mil hectares da agricultura convencional para biológica, em comparação com os 460 mil hectares do ano anterior.
Para conter as manifestações, o governo anunciou ontem o início do pagamento dos subsídios atrasados. A agricultura portuguesa, que compreende uma variedade de produtos, incluindo vinho e azeite, é crucial para a economia do país.
A situação de protesto na Europa começa a levantar preocupações sobre o abastecimento de supermercados e armazéns. Em Luxemburgo, alguns supermercados já enfrentam prateleiras vazias, gerando inquietação entre os residentes.
Na França, após gestos do governo em apoio aos agricultores, alguns bloqueios foram desfeitos, mas a Confederação Campesina anunciou a continuidade das paralisações em depósitos de alimentos na próxima semana. Fotos de prateleiras vazias em Saint-Étienne-de-Montluc circulam nas redes sociais, evidenciando a preocupação com o fornecimento de alimentos na região costeira do país.
As principais entidades envolvidas nas manifestações na França, a Federação Nacional de Sindicatos de Agricultores (FNSEA) e Jovens Agricultores, recuaram parcialmente após anúncios do governo de 150 milhões de euros para o setor e promessas de fiscalização rigorosa sobre a origem dos produtos no país. O cenário atual sugere que as tensões persistem, alimentando uma atmosfera de incerteza quanto ao futuro do setor agrícola na Europa.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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