Os agricultores lançam o alerta contra a praga de javalis que aumentou por causa do isolamento social, estando a provocar destruição nas zonas rurais.
O javali é uma dor de cabeça para os produtores rurais pelo Brasil. O motivo é que o animal invade fazendas e destrói plantações. No Triângulo Mineiro, os ataques estão fazendo os agricultores desistirem do plantio do milho.
O produtor rural Neysson Maciel de Assis começou a ter problemas há 2 anos. Em 2019, os javalis causaram uma perda de 10% na lavoura do cereal. “É um tipo de praga que eu já considero incontrolável. Toda estratégia que a gente usa não é suficiente para controlar o dano.”
Segundo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Minas Gerais é o terceiro estado com maior presença do animal.
Desde 2015, o Ibama autoriza o abate do javali. Para isso, quem deseja caçá-lo deverá ter uma autorização do instituto. Se você deseja pedir autorização, clique neste link.
É importante reforçar que matar um javali ilegalmente, sem autorização, será considerado crime ambiental, com multa entre R$ 1.500 e R$ 2.500 e a proibição de casa por um ano.
“Mediante um cadastro direto no site do Ibama, na verdade, o sistema é chamado Simav. Um produtor ou interessado vai lá, cadastra e é emitida uma autorização de 3 meses pra ele fazer o manejo do javali”, explica Rodrigo Herles, chefe substituto do Ibama em Uberlândia.
Mesmo com o abate autorizado, a população deste animal vem crescendo a cada dia. Os javalis não são nativos do Brasil, eles foram criados em cativeiro no país e começaram a se reproduzir sem controle.
O biólogo Pedro de Morais explica que cada fêmea de javali pode ter até 50 filhotes em dois anos. A espécie é onívora, ou seja, se alimenta tanto de vegetais quanto de animais, o que facilita sua adaptação.
Matéria veiculada pelo Globo Rural, veja os ataques dos Javalis
Portugal está lutando contra os Javalis
A caça está proibida, mas os donos das terras pedem ao Governo que autorize os caçadores a pegar nas armas para fazerem o chamado controle de densidades dos javalis.
“Já nos têm sido reportadas situações de milho já nascido com estragos provocados por javalis. E por isso nós estamos muito preocupados com a situação”, denuncia Jorge Neves, o presidente da Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal – uma das organizações que está a pedir ao Governo um regime de exceção para que a caça ao javali volte ao terreno.
A proibição da caça durante o estado de emergência, conjugada com a menor movimentação de trabalhadores nos campos agrícolas, abriu espaço aos javalis para aumentarem a população no último mês e meio.
O fenómeno é transversal a todo o país, tendo os animais conseguido entrar em alguns terrenos agrícolas quase sem resistência, levando agricultores e proprietário a pedirem ao governo “o controlo cinegético para evitar prejuízos mais graves nas culturas”, sublinha o mesmo Jorge Neves.
A Associação Nacional dos Proprietários junta-se às queixas, numa altura em que, segundo o seu secretário-geral, João Carvalho, já há o “risco de descontrolo” à medida que as ninhadas vão proliferando de Norte a Sul. Avança este dirigente que o pedido de exceção enviado ao Governo terá garantido abertura por parte do Executivo.
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“Percebemos que há uma sensibilidade do Governo e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas para tentarmos resolver este problema, até porque, em última análise, temos em risco o fornecimento de produtos essenciais à população”, acrescenta João Carvalho.
Caso se confirme o controlo de densidade, terá que ser feito com recurso ao método da espera, depois da modalidade da montaria ter terminado em final de fevereiro.
Compre Rural com informações do Globo Rural e TSF