Agenda anti-carne em nível “hard”; ‘circo de horrores’ pode estar perto do fim

Conglomerado da Meta, dona do facebook, proíbe anúncios de comercialização de carne; empresa se nega a publicar materiais relacionados ao comércio de carne

A empresa Meta, conglomerado estadunidense de tecnologia e mídia social com sede na Califórnia, detentora de umas das maiores redes sociais utilizadas na atualidade, o facebook, se nega a publicar materiais relacionados ao comércio de carne.

A política comercial da Meta em relação às carnes diz que não pode promover a compra ou venda de animais ou partes de animais, ou terras em áreas de preservação ecológica, além de produtos de origem animal destinados ao consumo, como peixe cru, carne ou ovos.

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Fonte: Falando de Carne

Segundo a empresa, alguns anúncios de produtos à base de carne podem passar e serem publicados, mas a maioria é rejeitada, pois não são uma empresa amiga da carne. Alguns anúncios podem até passar por seus filtros anti-carne, mas mesmo não vendendo animais vivos, a promoção das partes de animais processados simplesmente não se alinha com seus valores.

A Meta é a companhia-mãe de Facebook, Instagram e WhatsApp. Em balanço financeiro apresentado em fevereiro deste ano a empresa registrou um total de 2,96 bilhões de usuários.

Para o professor da Universidade Estadual de Campinas, Médico Veterinário, Mestre e Doutor em Tecnologia de Alimentos e Idealizador do “Falando de Carne”, Sérgio Bertelli Pflanzer, não faz sentido algum uma empresa de mídias sociais como essa, que tem parte de seu recurso vindo de propagandas e visualizações, barrar anúncios de carne.

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Foto: Jefferson Eduardo

“Sem dúvidas que não vejo isso como algo positivo, principalmente em se tratando em culturas de comércio livre e de alimentos frescos, tradicionais e não industrializados. A justificativa utilizada por eles é aquela do politicamente correto dos tempos modernos: “criar e abater animais é errado, comer carne é errado, e por isso não podemos compactuar com esse mercado”. Cabe saber se todos da empresa seguem essa “religião anti-carne”, ou se são apenas alguns poucos, os tomadores de decisão, que decidem por esse caminho. Duvido muito que todos os milhares de funcionários dessa empresa sejam veganos ou vegetarianos. A grande maioria deve comer carne todos os dias, pois sabem da importância deste alimento em suas dietas. Mas, para seguirem com seus empregos, devem baixar as cabeças e cumprir ordens”, disse.

Márcio Peruchi, fundador e editor do Compre Rural perguntou para o professor se ele consegue imaginar essa agenda escalando para níveis de proibição de consumo de proteínas de origem animal ao público em geral, e, segundo o professor essa ‘agenda anti-carne em nível hard está com os dias contados.

“De forma alguma. Essa agenda está com os dias contados. Nos últimos 10 anos, muitos ‘cientistas anti-carne’ gerenciaram pesquisas e publicaram trabalhos mostrando os pontos negativos da produção animal e consumo de carne. Criaram um alvoroço popular e midiático (para não dizer um circo de horrores), espalhando dados equivocados e enviesados. Agora, cientistas pró-carne e cientistas isentos de ideologias têm rebatido e publicados dados mostrando que a produção animal não é inimiga do planeta e que a carne não faz mal para saúde. Pelo contrário, produções sustentáveis e regenerativas podem ajudar a mitigar problemas ambientais, assim como, a inclusão da carne na alimentação é algo importante, para não dizer necessária em algumas populações”, explicou.

Para ele o consumidor é um pouco impactado sim por esse tipo de influência, já que a agenda em específico inibe a postagem e publicação de anúncios de venda de carne. Assim as empresas interessadas em vender seus produtos podem procurar outros canais.

“O que precisa ser evitado e combatido é a propagação de notícias e postagens falsas que denigrem a produção e o consumo de carne. Quando isso acontece, aí sim o impacto direto ao consumidor é maior, pois essas mídias têm um poder de alcance muito grande. Para os consumidores sensíveis e pouco informados, uma postagem falsa pode convencê-lo a mudar seus hábitos e talvez incentivar outros a fazerem o mesmo”, destacou.

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