
A Comissão da OMS validou o entendimento sobre a febre aftosa em nosso território, contudo, a medida ainda precisa da aprovação dos membros da organização
O Brasil e a Bolívia avançaram no processo para serem oficialmente reconhecidos como livres da febre aftosa sem a necessidade de vacinação, após a aprovação do pedido pela Comissão Científica da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). No entanto, essa decisão ainda depende da votação final dos países-membros da organização, que acontecerá em maio, durante a assembleia da OMSA em Paris, na França.
Em 2024, o Brasil fez uma autodeclaração de estar livre da febre aftosa, um marco importante para a pecuária nacional. Segundo Izabelle Jardim, consultora do Departamento Internacional da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), esse progresso reflete a solidez do sistema sanitário brasileiro e os resultados bem-sucedidos do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. Para ela, o trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura, pelas secretarias estaduais de Agricultura e, principalmente, pelos produtores rurais, foi essencial para alcançar esse status.
Izabelle ressaltou que o sucesso desse programa permitiu ao Brasil atingir um nível sanitário superior ao de muitos outros países, o que abre portas para novos mercados. A consultora destacou ainda que o reconhecimento oficial como livre da febre aftosa sem vacinação contribuiria para tornar o Brasil ainda mais competitivo, com a possibilidade de exportar carne para mercados mais exigentes e com preços mais vantajosos.
Em entrevista ao programa Mercado & Companhia, Izabelle falou sobre a importância do reconhecimento internacional do Brasil como zona livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Ela explicou que esse status permitiria um fluxo livre de animais entre todos os estados brasileiros, uma vez que todos atingiriam o mesmo nível de segurança sanitária. Isso facilitará ainda mais a circulação e comercialização de produtos do setor, consolidando o Brasil como um líder no controle da doença.
Próximos passos e expectativas
Embora o pedido de reconhecimento tenha sido aprovado pela Comissão Científica da OMSA, a decisão final será tomada pelos países-membros da organização em maio. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) reforçou que essa medida ampliará as oportunidades para o mercado de carne bovina brasileiro, permitindo a exportação para mercados mais exigentes e com remuneração mais alta.
Vilmondes Tomain, presidente da Famato, enfatizou a importância desse reconhecimento para o setor, mas destacou que o processo ainda não está concluído. O próximo passo será acompanhar de perto a votação final da OMSA, com a esperança de que o Brasil e a Bolívia recebam o reconhecimento oficial. Tomain afirmou que esse status não só abriria novas oportunidades para os pecuaristas, mas também fortaleceria o agronegócio brasileiro como um todo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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