Volatilidade toma conta das negociações e arroba flutua nesse final da estação das águas. Afinal, preço da arroba vai cair ou subir? Confira!
Durante toda a semana, o fluxo de negociações no mercado físico do boi gordo se mostrou bastante lento e foi marcado por uma certa volatilidade nos preços da arroba. De acordo com a Scot Consultoria, de olho no desempenho do consumo interno de carne bovina, afetado pelo novo coronvírus, a maior parte das indústrias mantém posição conservadora. “Compra-se pouco e vende-se pouco”, diz a empresa.
No entanto, com o feriado do Dia do Trabalhador, na próxima semana, a expectativa é de preços mais sustentados para o boi gordo devido à necessidade das indústrias em garantir mercadoria, visto o menor prazo para trabalhar as escalas de abate.
No app da Agrobrazil, pecuaristas começam a se movimentar com a chegada do período seco em algumas regiões, os preços seguem com uma flutuação grande, principalmente na praça de São Paulo.
No mercado interno, em Riolândia/SP, o preço é de R$ 193/@ a vista e abate para o dia 05 de maio. Em Taquarussu/MS, o valor foi de R$ 185/@ a prazo com 30 dias e abate para o dia 06 de maio. Já em Cezarina/GO, foi de R$ 180/@ à prazo com 30 dias e abate para o dia 05 de maio.
O Boi China em Estrela do Norte/SP, o pecuarista recebeu R$ 195 à vista e abate para o dia 05 de maio. Já em Ourinhos/SP, ficou em R$ 205/@ com 2 dias para pagamento e abate para o dia 30 de abril.
A média na praça de São Paulo, segundo o app da Agrobrazil, tivemos uma alta de 2,33%, fechando o dia em R$ 195,30/@. Os preços no estado de São Paulo, tiveram uma variação de R$ 189/@ até R$ 205/@. Já o Indicador do Cepea, teve uma alta de 3,30% fechando o dia em R$ 199,95/@.
Giro pelas praças
No Mato Grosso do Sul, após tentar emplacar forte pressão baixista ao longo da semana, os frigoríficos ofereceram valores mais altos na aquisição do gado nesta sexta-feira, 24 de abril, o que contribuiu para uma maior liquidez do mercado, segundo a FNP. Nesse Estado, as escalas de abate se estendem até o início de maio.
Em São Paulo, a arroba se desvalorizou nesta sexta-feira. Sem registro de chuvas nas últimas semanas, os pecuaristas do Estado se mostram mais dispostos a vender os animais terminados, o que contribuiu para os ajustes negativos, informa a consultoria.
No Mato Grosso, as indústrias analisam os impactos das medidas adotadas contra a Covid-19 no escoamento de carne e mantém uma posição conservadora nas aquisições de boiada gorda. Para preservar as suas margens, as plantas mato-grossenses ajustam os abates à demanda por cortes bovinos no atacado, o que tem dificultado o andamento de novos negócios no mercado físico. Após seguidas quedas ao longo da semana, os preços da boiada gorda se mantiveram estáveis no Mato Grosso, nesta sexta-feira.
Em Goiás, a redução no nível de chuvas contribuiu para um aumento na oferta de gado, o que favoreceu a efetivação de negócios a valores mais baixos.
No Pará, os frigoríficos reduziram a significativamente a produção, limitando as novas aquisições de boiada para abate. Alguns poucos negócios foram efetivados a preços menores.
O que esperar desse mercado?
O período de quarentena trouxe mudanças quanto ao hábito alimentar do brasileiro. Essa alteração do consumo tem impactado no preço da carne bovina e do boi gordo.
Varejo
Aos poucos e já com alguma flexibilização em algumas cidades e estados, a quarentena vai sendo amenizada e a circulação das pessoas volta a acontecer de forma controlada. Com esse aumento da circulação, a venda de carne bovina deveria também melhorar, mas o período de final do mês e o poder de compra da população está menor.
No varejo, em São Paulo, houve queda de 0,3% no preço médio da carne bovina na última semana, considerando a média dos cortes pesquisados pela Scot Consultoria. No Paraná, o recuo foi de 0,6% e em Minas Gerais os preços se mantiveram estáveis. A única alta foi vista no Rio de Janeiro, de 0,6%, na comparação semanal.
Porém, esse cenário pode mudar, já que a Scot espera um maior volume de vendas na primeira semana de maio
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o escoamento da carne no mercado doméstico ainda acontece de maneira demasiadamente lenta, desdobramento das estratégias de distanciamento social. A exceção para o mercado pecuário está no ótimo ritmo de embarques destinados à China.
Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,30 o quilo.
Compre Rural com informações da FNP, Agrobrazil, Scot Consultoria e Agência Safras