O uso de antibióticos na alimentação de animais como promotores de crescimento está cada vez mais restrito, pois atualmente existe uma preocupação mundial em relação à utilização de tais substâncias na alimentação animal e aos seus impactos para a saúde humana.
Algumas pesquisas mostram que antibióticos trabalhados de forma constante e em pequenas concentrações na alimentação animal, como antimicrobianos, podem gerar bactérias resistentes a drogas e levar ao desenvolvimento de bactérias patogênicas, podendo ainda gerar risco à saúde pública.
Diante dessa situação, pesquisadores e especialistas em nutrição animal buscam soluções alternativas para substituir os antimicrobianos, que mantenham a saúde do organismo das aves, especialmente a saúde intestinal, para se obter melhor desempenho.
Os consumidores brasileiros já têm a preocupação com o uso contínuo e indiscriminado de antibióticos na alimentação das aves, pois essas substâncias podem exercer risco à saúde humana e animal, causando resistência aos microrganismos patogênicos, além de deixar resíduos em produtos de origem animal.
Assim, cada vez mais os consumidores procuram por alimentos produzidos em sistemas que respeitem o uso consciente de medicamentos, sem a utilização de antibióticos e com a garantia de qualidade e de respeito ao bem-estar animal.
Cabe ressaltar que o uso contínuo de tais medicamentos afeta a produtividade dos plantéis, ao contrário dos aditivos, que protegem a sua saúde, melhorando os índices zootécnicos.
Tem dúvidas sobre a inclusão de aditivos que substituem antimicrobianos na dieta dos seus animais? Então, continue por aqui, pois falaremos sobre isso neste artigo.
Como está o cenário sobre o uso de antibióticos na alimentação animal?
Foi na década de 1950 que descobriram o potencial dos antibióticos como promotores do crescimento (APCs) de animais de criação. As evidências do sucesso da inclusão dessas substâncias eram tão grandes que aFood and Drug Administration (FDA), órgão que controla e supervisiona alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, liberou o uso de APCs na dieta dos animais sem a necessidade de prescrição veterinária.
Em dosagens baixas, menores do que as que são administradas no tratamento ou na prevenção de doenças, o uso contínuo de antimicrobianos sempre teve o objetivo de manter a qualidade do trato gastrointestinal dos animais. Assim, era possível obter taxas mais altas de produtividade e de crescimento, maior eficiência alimentar, mais resistência a enfermidades e menor índice de mortalidade.
Porém, eram necessárias doses cada vez maiores de APCs, já que seus efeitos diminuíam gradativamente com o uso. Assim, o uso constante dos antibióticos, em pequenas concentrações, pode gerar bactérias resistentes, levando, como comentamos, ao desenvolvimento de bactérias patogênicas, podendo gerar riscos à saúde pública.
O problema é que os APCs não são totalmente eliminados do organismo dos animais, gerando resíduos em carnes e em outros produtos de origem animal. Alguns anos atrás, os pesquisadores então descobriram que os genes de resistência das bactérias poderiam ser transmitidos para seres humanos que consomem os produtos de origem animal.
Esse fato levou à proibição do uso de Colistina como APC, já que esse antibiótico é o último recurso administrado como tratamento em casos de bactérias multirresistentes. No Brasil, alguns antimicrobianos incluídos na dieta com o objetivo de melhorar o desempenho dos animais estão proibidos desde 2018, por meio da Portaria Nº 171. Então, é preciso estar atento às regulamentações de cada setor.
O desempenho produtivo está diretamente relacionado à saúde intestinal, pois o comprometimento das estruturas responsáveis pela absorção de nutrientes tem efeito significativo sobre o ganho de peso e o desenvolvimento do animal.
Quais são e como funcionam os aditivos que substituem o uso de antimicrobianos?
A partir do momento que diversos países começaram a retirar os APCs das dietas dos animais de criação, começou a busca por substâncias alternativas que tivessem efeitos iguais ou superiores aos antibióticos, favorecendo a microflora intestinal, fossem adequadas à morfometria do intestino dos animais e promovessem desempenhos zootécnicos e econômicos satisfatórios. É aí que surgem os aditivos naturais, soluções tecnológicas que fazem parte da Produção Animal 4.0.
A maioria dos aditivos não reduz o número de microrganismos do sistema digestório, pois a sua ação está relacionada a um processo de alteração da microbiota, chegando a um equilíbrio intestinal. Em outras palavras, os aditivos alimentares criam condições favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos benéficos ao trato gastrointestinal.
A busca por substâncias alternativas tem sido alvo de muitas pesquisas, a fim de atender aos critérios legais e internacionais que garantam que a produção brasileira se consolide interna e externamente.
Essas melhorias facilitam o processo de digestão e favorecem o maior aproveitamento dos nutrientes contidos na dieta dos animais, resultando em maior rendimento de carcaça, bem como um bom desempenho produtivo.
Existem várias classes de aditivos alimentares sendo usados como substitutos de antimicrobianos que já têm eficácia comprovada. Entre eles, podemos citar os seguintes.
Ácidos orgânicos
Os ácidos orgânicos consistem em ácidos de cadeia curta. Os mais utilizados na avicultura são: ácido acético, ácido benzóico, ácido cítrico, ácido fórmico, ácido fumárico e o ácido propiônico, que são rapidamente absorvidos pela mucosa intestinal.
Os ácidos orgânicos apresentam atividade antimicrobiana, atuando na liberação de íons e prótons e alterando o pH intracelular e o gradiente de concentração iônica. Com isso, elevam as forças iônicas e aumentam a pressão na parede dos microrganismos, levando-os à morte.
Probióticos
Os probióticos são constituídos por microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal, promovendo o equilíbrio da microbiota intestinal. O mecanismo de ação dos probióticos está relacionado à competição por sítio de ligação ou por exclusão competitiva.
As bactérias probióticas ocupam o sítio de ligação na mucosa intestinal, formando uma barreira física aos microrganismos patogênicos, que leva à exclusão competitiva por espaço. Os microrganismos probióticos podem atuar por meio da produção de ácido lático e acético que reduzem o pH do trato gastrintestinal (TGI), impedindo o crescimento de patógenos, bem como pela produção de substâncias antimicrobianas como bacteriocinas e peróxido de hidrogênio.
Prebióticos
Esses são aditivos que não sofrem ação das enzimas digestivas do animal, tendo como constituição carboidratos que não são digeridos na porção proximal do trato gastrintestinal dos monogástricos, mas estimulam seletivamente o crescimento ou a atividade de bactérias benéficas no intestino e reduzem a colonização intestinal por bactérias enteropatogênicas.
Os prebióticos bloqueiam os sítios de aderência (principalmente a D-Manose), imobilizando e reduzindo a capacidade de fixação de algumas bactérias patogênicas na mucosa intestinal.
Simbióticos
Já os simbióticos são aditivos formados pelo conjunto de microrganismos probióticos e substâncias prebióticas específicas (oligossacarídeos) que potencializam a atividade e os efeitos de ambos os componentes dessa associação.
A ação simbiótica estabiliza o meio intestinal e aumenta o número de bactérias benéficas produtoras de ácido láctico. A microbiota é beneficiada pela ação dos prebióticos, que têm a ação de somar-se a dos probióticos, facilitando a nutrição de enterócitos que recobrem o trato digestório e proporcionam o equilíbrio e a saúde intestinal das aves.
Óleos essenciais
São compostos líquidos, complexos, bioativos e voláteis, que têm cor e odor característicos, formados a partir de metabólitos secundários de plantas. Isto é, são substâncias que as plantas produzem geralmente com finalidade protetora, que não são primordiais para o desenvolvimento delas.
Os óleos essenciais estão presentes em brotos, flores, folhas, caules, galhos, sementes, frutas e cascas, e os seus benefícios para os organismos animais são amplamente conhecidos. Os óleos essenciais promovem a degradação da parede celular, comprometendo as funções celulares do microrganismo, incluindo regulação metabólica e manutenção do estado energético.
De que forma a Vaccinar pode ajudar?
Como mencionamos no início do artigo, atualmente, existe uma preocupação mundial em relação ao uso de APCs na alimentação animal e seus impactos na saúde humana. Uma vez que o rápido e adequado ganho de peso está ligado à nutrição, é fundamental que sejam adotadas estratégias para manter a saúde dos animais e gerar, assim, um melhor desempenho.
A Vaccinar utiliza aditivos melhoradores de desempenho na dieta em substituição aos antibióticos, que proporcionam condições favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos benéficos ao trato gastrintestinal dos animais. Esses aditivos, além do seu efeito sobre a microflora intestinal, também desempenham a função de melhorar a imunidade dos animais, em especial a dos monogástricos (aves e suínos).
Além de disponibilizarmos produtos isentos de APCs, também trabalhamos com clientes que buscam alternativas aos antibióticos, testando diferentes aditivos com ações específicas para diversos cenários e condições de campo.
Visando fazer uma substituição eficiente dos antimicrobianos para os aditivos naturais, as granjas devem implantar melhorias voltadas à sanidade e à biosseguridade na produção com o intuito de reduzir o desafio por patógenos e preservar a saúde do lote.
Medidas preventivas devem ser adotadas na produção, com intuito de reduzir a contaminação e dos desafios por agentes infecciosos, como baixa densidade dos lotes, programas de vacinação bem elaborados, controle de fluxo de veículos, limpeza e desinfecção dos aviários, manejo adequado da cama, qualidade da água de bebida, vazio sanitário, entre outras.
Fonte: nutricaoesaudeanimal.com.br
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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