Acerola em bebida alcoólica: Embrapa oferece alternativa lucrativa a produtores

Este avanço não só oferece uma solução para mitigar as perdas pós-colheita da fruta, mas também apresenta-se como uma alternativa lucrativa para produtores. Uma garrafa de 750 ml da bebida pode atingir o valor de até R$ 80; veja

Cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conquistaram um marco na indústria de bebidas ao desenvolverem um método pioneiro para a preparação de uma bebida alcoólica fermentada de acerola. Este avanço não só oferece uma solução para mitigar as perdas pós-colheita da fruta, mas também apresenta-se como uma alternativa lucrativa para produtores e agroindústrias.

A pesquisa, conduzida na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), região do Vale do São Francisco, celebra a riqueza do Brasil como o maior produtor mundial de acerola. A variedade Junko, escolhida para o estudo, se destaca pelo alto teor de vitamina C e outros compostos bioativos, conferindo propriedades antioxidantes, antimutagênicas, anti-inflamatórias e anti-hiperglicêmicas à bebida fermentada.

A produção de bebidas fermentadas de frutas representa uma estratégia para agregar valor, aproveitar diversas espécies frutíferas, diversificar canais de comercialização e reduzir desperdícios pós-colheita“, destaca a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Aline Biasoto. Ela ressalta ainda que essa inovação pode impulsionar o turismo rural e beneficiar tanto os agricultores quanto a indústria local.

O processo de elaboração do fermentado, que pode ser realizado de forma artesanal ou industrial, foi minuciosamente estudado para garantir a qualidade do produto final. A proporção ideal entre água e acerola foi identificada como crucial, mantendo a acidez dentro dos limites legais e suavizando o gosto ácido da fruta.

Foto: Filipe Araujo Carvalho

Um dos desafios enfrentados durante o desenvolvimento do fermentado foi a manutenção da cor vibrante da acerola, que tende a degradar-se com o tempo. Porém, os pesquisadores conseguiram conservar a tonalidade avermelhada da bebida fermentada por um período significativo, elevando a experiência sensorial do consumidor.

Além disso, estudos sobre o estágio ideal de maturação da fruta para a colheita foram realizados, visando aprimorar ainda mais a qualidade do fermentado. A utilização de variedades com elevados teores de antocianinas e uma intensa coloração da casca foi recomendada, juntamente com a manutenção das acerolas a 12 °C até atingirem uma coloração vermelha intensa a arroxeada.

Para os pesquisadores envolvidos, este avanço não apenas representa um marco na produção de bebidas derivadas de frutas, mas também abre novas oportunidades no mercado para pequenos e médios produtores. Com a maior parte da produção de acerola atualmente destinada à extração de vitamina C, a exploração dessa fruta em outras formas de comercialização é uma perspectiva emocionante para o futuro da indústria agrícola brasileira.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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