Abrapa se une à coalizão internacional para defender qualidade do algodão natural

Associação brasileira avalia que regras em discussão na Europa favorecerem fibras sintéticas em detrimento das naturais.

A partir de 1º de dezembro, a Associação  Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) será membro pleno da coalizão Make the Label Count, algo como ‘faça o rótulo valer’, na tradução para o português. O grupo internacional é formado por 52 organizações que representam produtores de fibras naturais e grupos ambientais que buscam reformular as regras da categoria da Pegada Ambiental de Produtos (PEFCR) para o setor têxtil na União Europeia. 

Ao aderir à coalizão, juntamente com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, a Abrapa busca reafirmar o compromisso do Cotton Brazil em fortalecer e defender os benefícios ambientais de fibras naturais. Atualmente, a associação representa 99% de toda a área de algodão plantada no Brasil, 99% da produção e 100% da exportação. 

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Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, avalia que as PEFCR europeias estão mal projetadas e não atendem ao seu propósito. “No formato atual, favorecem injustamente as fibras sintéticas derivadas de combustíveis fósseis, enquanto classificam de forma inadequada o vestuário de fibras naturais como insustentável”, afirma em nota. Segundo ele, isso contraria o próprio objetivo da Diretiva de Alegações Verdes, que visa garantir declarações ‘confiáveis, credíveis e verificáveis’. 

As PEFCR fazem parte do método conhecido como PEF (Product Environmental Footprint) criado para garantir que as análises de impacto ambiental de produtos ao longo de seu ciclo de vida aconteçam, buscando resultados harmonizados e comparáveis. Entretanto, atualmente, as regras enfrentam críticas por favorecerem fibras sintéticas em detrimento das naturais. “Ao aderir à coalizão Make the Label Count, estamos comprometidos em corrigir essa grave situação antes que ela seja consolidada na legislação europeia”, destaca Schenkel. 

Para Elke Hortmeyer, vice porta-voz da Make the Label Count, a expertise da Abrapa com o Cotton Brazil fortalecerá a coalizão no esforço para garantir alegações de sustentabilidade justas e confiáveis para fibras naturais. “Além da importância socioeconômica da produção de matérias-primas para muitos agricultores de algodão, a metodologia PEF da UE precisa abordar adequadamente o impacto ambiental dos materiais derivados de petróleo, como o poliéster, que contribuem para enormes resíduos plásticos e liberam microplásticos em nossas águas e solos”, pontua Hortmeyer.

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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