Grande fornecedor de carne de frango, o Brasil pode expandir sua presença no mercado sul-coreano com carne suína.
As exportações brasileiras de carne suína poderão ser beneficiadas pelas cotas de importação com tarifa zero anunciadas esta semana pelo Governo da Coreia do Sul para a importação de carne suína, segundo avaliação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A Coreia do Sul, um dos principais destinos das exportações brasileiras de carne de frango e um dos maiores importadores globais de carne suína, deverá liberar a partir de junho cota de 50 mil toneladas sem tarifa de importação.
A cota é aberta para todos os países que detém plantas habilitadas para exportar para o mercado sul-coreano, incluindo o Brasil. Atualmente, apenas unidades produtoras do estado de Santa Catarina (que até pouco tempo era a única unidade federativa reconhecida como livre de aftosa sem vacinação) estão habilitadas a embarcar carne suína para o país asiático. Espera-se que logo os estados como o Paraná e o Rio Grande do Sul também sejam reconhecidos pelos sul-coreanos, na esteira do reconhecimento destes estados como livres de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, sigla em inglês).
A medida anunciada faz parte de uma série de suspensões de tarifas publicadas pelo governo sul coreano como “Estabilização do custo de vida e do custo de alimentos” (tradução livre) e tem como objetivo reduzir impactos inflacionários.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a medida poderá impactar positivamente os embarques de carne suína do Brasil para o país asiático.
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“Dado o contexto internacional e a crescente presença brasileira no país asiático, especialmente após a ação de imagem e promoção realizada no ano passado pela ABPA em conjunto com a ApexBrasil e a Embaixada Brasileira em Seul, é esperado que as exportações brasileiras sejam influenciadas por esta oportunidade aberta aos exportadores habilitados. A cota é uma oportunidade para gerar divisas importantes para o setor produtivo, que enfrenta grandes dificuldades neste momento”, analisa Santin.
Entre janeiro e abril, a Coreia do Sul importou 2,6 mil toneladas, volume 85,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. As vendas para o mercado geraram receita de US$ 7,2 milhões nos quatro primeiros meses deste ano, número 133% maior que o realizado no mesmo período de 2021.