Para a entidade, a carta do CEO da rede varejista reconhece os grandes esforços dos produtores brasileiros na produção de proteínas de alta qualidade.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emitiu uma nota nesta terça-feira (26) informando que recebeu positivamente a retratação feita pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
“Em contraposição ao equívoco de sua primeira manifestação, a nova carta de Bompard faz jus à maior organização varejista atuante no Brasil”, afirmou a entidade.
A ABPA destacou que a mensagem do executivo deixa “claro o reconhecimento aos enormes esforços dos produtores brasileiros para a produção de proteínas com elevados padrões sanitários e de qualidade, que são fundamentais para a segurança alimentar do Brasil e de mais de 150 países em todo o mundo. Por isto, a ABPA e seus associados consideram o tema encerrado”.
Relação firme com a Europa
A Associação afirmou que a carta de Bompard reforça a relação sólida estabelecida entre o mercado europeu e o setor exportador de proteína animal do Brasil. Desde o ano 2000, o Brasil já exportou cerca de 7,7 milhões de toneladas de carne de frango para a União Europeia, cumprindo os mais rigorosos critérios sanitários definidos pelas autoridades europeias. Essa parceria gerou mais de US$ 17 bilhões em receitas cambiais para o Brasil, com impactos diretos na criação de empregos e na geração de renda nas regiões interioranas do país.
“Ao mesmo tempo, cabe ressaltar o incontestável apoio do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, juntamente com Secretário de Relações Internacionais, Luís Rua, na forte defesa da imagem da cadeia produtiva de proteína animal do Brasil. As palavras do Ministro e de seu Secretário nortearam os setores neste trabalho conjunto entre Governo e setor privado, em prol da soberania e do respeito ao Brasil como um dos maiores players globais na produção de alimentos”.
Assunto sem solução
Embora a ABPA tenha emitido uma nota de apaziguamento, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) declarou, em comunicado divulgado nesta terça-feira (26), que tomará providências junto à União Europeia contra o Grupo Carrefour e outras empresas francesas que anunciaram a decisão de deixar de comprar carne dos países do Mercosul.
“Nós fomos surpreendidos pela atitude do Carrefour e outras empresas que, de uma hora para outra, procuraram mostrar uma imagem de que a carne que estamos colocando na Europa não é uma carne de qualidade, não atende os padrões europeus. Isso não é verdade porque o Brasil se tornou o maior exportador do mundo, não só atendemos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio como também China e países asiáticos. Diante dessa acusação, nos vimos obrigados a buscar nosso escritório em Bruxelas [capital da Bélgica] e nosso escritório de advocacia que nos atende em Bruxelas para entrar com as ações devidas para buscar esclarecimento da verdade”, afirmou o presidente da CNA, João Martins.
Outro a se manifestar contra a resolução do impasse foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. “A carta do Carrefour foi muito fraca dado o estrago de imagem que o CEO do Carrefour produziu”, afirmou nesta terça-feira, após participar da reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). “É importante não minimizar o que aconteceu”, defendeu Lira.
VEJA TAMBÉM:
- Saiba tudo sobre a lei que regulamenta clonagem e material genético animal
- “Reconhecimento da excelência do produto brasileiro”, avaliam entidades após desculpas do CEO do Carrefour
- China: ‘Ninguém ganhará guerra comercial’ depois de ameaça de tarifas de Trump
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.