Pedro Estevão Bastos sugeriu que poderia ocorrer um movimento de reposição de máquinas agrícolas devido aos danos causados no estado.
Nos primeiros quatro meses de 2024, o setor de máquinas agrícolas enfrentou um declínio de 31,7% em sua performance, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Durante uma entrevista coletiva, Pedro Estevão Bastos, líder da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, observou que o panorama permaneceu relativamente inalterado em relação ao relatório de março deste ano.
“Continuamos otimistas quanto ao segundo semestre. A segunda safra de milho está se desenvolvendo bem, e há boas perspectivas para o novo Plano Safra, que deve disponibilizar financiamentos a uma taxa de juros em torno de 10%,” declarou Bastos.
No entanto, os recentes alagamentos no Rio Grande do Sul trouxeram um novo conjunto de preocupações. Pedro Estevão Bastos explicou que, na época do último levantamento, acreditava-se que o pior já havia passado. Contudo, os alagamentos revelaram que essa percepção se referia apenas ao mercado naquele momento.
Determinar as estimativas de perdas tornou-se uma tarefa árdua devido à incerteza em torno da velocidade da reconstrução no estado.
“Bem, certamente veremos um impacto negativo nas vendas deste ano, mas ainda não podemos precisar os números exatos. Muito dependerá das medidas que o Governo Federal adotará no âmbito do Plano Safra para auxiliar o Rio Grande do Sul. Algumas dívidas já foram prorrogadas, e espera-se que cerca de 140 mil agricultores sejam afetados,” enfatizou.
Bastos também salientou que muitos indivíduos enfrentaram perdas significativas, incluindo máquinas, infraestruturas e animais. No entanto, ele expressou confiança de que as medidas do governo federal contribuirão para atenuar esses prejuízos. “Acreditamos que os danos serão minimizados graças aos esforços governamentais”, afirmou.
Além disso, Bastos mencionou a possibilidade de um aumento na demanda por máquinas agrícolas devido às perdas ocorridas no estado. “Os alagamentos impactaram principalmente as áreas de arroz, não afetando tanto os principais mercados, como soja e milho. Antecipamos um movimento de reposição, mas devemos aguardar as medidas do Plano Safra para confirmar”, concluiu.
Desempenho em abril
No mês de abril, as vendas internas de máquinas agrícolas no Brasil alcançaram a marca de R$ 3,957 bilhões, refletindo um aumento de 16% em comparação com março. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 16,7%.
As exportações do setor também apresentaram um declínio em abril, diminuindo 7,1% e totalizando US$ 115,21 milhões. Em termos de unidades, as vendas internas de tratores e colheitadeiras registraram uma redução de 19,8%, totalizando 4.416 unidades, enquanto as exportações diminuíram 21,2%, alcançando 505 unidades.
No que diz respeito especificamente às colheitadeiras, as vendas no mercado interno despencaram 75,9% em relação a março e 82,7% em relação a abril de 2023, totalizando apenas 92 unidades. No acumulado do ano, a queda chega a 60,5%. As exportações de colheitadeiras também sofreram uma forte diminuição, caindo 73,5% em relação ao mês anterior e 79,5% em comparação com abril do ano passado.
Quanto às vendas internas de tratores, observou-se um desempenho um pouco mais positivo, com um aumento de 15,8% em relação a março. No entanto, ainda houve uma queda de 13,1% em comparação com abril de 2023. No acumulado do ano, as vendas de tratores registraram uma redução de 28,6%. Em relação às exportações de tratores, houve uma diminuição de 16,9% em relação ao ano anterior, mas um aumento significativo de 38,5% em relação a março.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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